Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos, Considerando Ser sustentável é ganhar o futuro, a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos sinalizou o início do ano hidrológico 2021/2022 e comemorou o dia nacional da água de 2021, com um evento sobre eficiência do uso da água e da energia no setor da agricultura. Assim, com curiosidade e entusiasmo, a APRH organizou workshop final do projeto AGIR - Avaliação da Eficiência do uso da água e da energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas - onde acolheu os oradores e os convidados da mesa redonda e envolveu cerca de uma centena de interessados. Propõe-se a leitura do relato síntese apresentado em destaque nesta Newsletter. Esta semana divulgamos mais um artigo de opinião intitulado "A conectividade fluvial em Portugal - I: estado atual", elaborado pela Comissão Especializada da Qualidade da Água e dos Ecossistemas (CEQAE) e o Prémio da APRH (colocar link para a informação específica). Chamamos ainda a atenção para o anúncio do prémio da APRH para o biénio 2019/21. Este prémio pretende realçar os trabalhos desenvolvidos em dissertações de mestrado e teses de doutoramento, na área dos Recursos Hídricos. Os interessados devem consultar a página da APRH. Como normalmente, divulgamos mais notícias relacionados com os recursos hídricos, esperando estimular o interesse dos associados a participar nas iniciativas e estar mais e melhor informado. Com as melhores saudações associativas, A Comissão Diretiva da APRH |
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Relato síntese do Agir Considerando SER SUSTENTÁVEL É GANHAR O FUTURO, a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos sinalizou o início do ano hidrológico 2021/2022 e comemorou o dia nacional da água de 2021, com um evento sobre eficiência do uso da água e da energia no setor da agricultura. Assim, com curiosidade e entusiasmo, a APRH organizou workshop final do projeto AGIR - Avaliação da Eficiência do uso da água e da energia em Aproveitamentos Hidroagrícolas - onde acolheu os oradores e os convidados da mesa redonda e envolveu cerca de uma centena de interessados. A eficiência hídrica e energética no regadio são assuntos impactantes para o desenvolvimento sustentável do território rural e do país, que obriga a uma utilização equilibrada da água e da energia, de modo a salvaguardar a proteção dos ecossistemas e a viabilidade económica do regadio. Foi apresentado o trabalho desenvolvido, desde 2017, em três aproveitamentos analisados (ABORO, ARBVS, ABOVIGIA). O evento inclui dois questionários online, visando conhecer os participantes no workshop e auscultar as sensibilidades dos participantes quanto à utilidade de um sistema de avaliação, e uma mesa redonda, que foi moderada pelo Presidente da Comissão Especializada Água, Agricultura e Florestas (CEAAF) da APRH e onde participaram o LNEC, FENAREG, COTR, AGPDR2020 e ERSAR. Apresentaram-se e debateram-se vários aspetos técnicos e estratégicos relacionados com a definição do balanço hídrico e energético, dos indicadores de desempenho e do sistema de avaliação da eficiência do uso da água e da energia, sua implementação, capacitação tecnológica dos aproveitamentos e das Entidades Gestoras, financiamento das medidas e melhoria futura do sistema nos aproveitamentos hidroagrícolas. Atendendo à experiência nos sistemas de abastecimento público (4ª geração), a ERSAR partilhou os aspetos a considerar nos desenvolvimentos futuros. Entre os vários conselhos destacam-se, por exemplo, a necessidade de assegurar que os indicadores tenham uma definição rigorosa, cujo cálculo não esteja associado a um esforço adicional para as Entidades Gestoras e sejam de simples interpretação (aspetos observados no sistema desenvolvido no AGIR), sendo muito importante que haja a possibilidade de serem auditáveis. Por outro lado, o sucesso da implementação do sistema recomenda que a sua definição passe pelo envolvimento do setor (consulta pública), pela divulgação do sistema de avaliação com antecedência e pela realização de ações de formação para esclarecimento de dúvidas. Foi, igualmente, enfatizado a importância de definir um ciclo de avaliação, com fases, prazos e identificação de responsabilidades de cada um e a obrigatoriedade de “reporte” da informação à Autoridade Competente do setor. É possível concluir que levar à prática a poupança de água e a melhoria da eficiência nos aproveitamentos hidroagrícolas é um processo complexo, não bastando por si só as orientações legais (presidente da CEAAF). De realçar que o projeto AGIR para além de propor um sistema de avaliação, associado ao uso da água e energia, permitiu a elaboração de duas teses de mestrado e dez artigos técnico-científicos, contribuindo assim para a produção e divulgação de conhecimento. O encerramento do Workshop ficou a cargo da DGADR, tendo a Autoridade Nacional do Regadio congratulado pelo sucesso da iniciativa, pelos resultados obtidos no projeto e pela articulação efetuada entre vários níveis de saber (investigação, academia e aplicação prática), tendo manifestado a disponibilidade para incentivar, colaborar ou participar em iniciativas semelhantes, que contribuirão decisivamente para ganhar o futuro. /p> Ficou claro que estamos no momento de AGIR, face às ameaças hidrológicas e ao conhecimento existente, para encontrar soluções visado reduzir o desperdício da água e da energia e reduzir os encargos económicos e os impactos ambientais. Prémio APRH - ANÚNCIO Estão abertas as candidaturas ao PRÉMIO APRH relativas a trabalhos académicos elaborados e discutidos entre 1 de Novembro de 2019 a 1 de Novembro de 2021. Artigo de opinião A conectividade fluvial em Portugal - I: estado atual Comissão Especializada da Qualidade da Água e dos Ecossistemas A fragmentação dos sistemas fluviais causada pela construção de obstáculos, tais como barragens e açudes (Fig. 1), constitui uma das principais causas da perda de habitat de muitas espécies aquáticas, em particular da ictiofauna. Este tipo de estruturas pode impedir de forma total ou parcial os movimentos dos peixes entre os diferentes tipos de habitats (reprodução, alimentação, refúgio) necessários para que aqueles completem o seu ciclo de vida. O impacto negativo daquelas barreiras nas espécies piscícolas pode ser bastante variável, desde pequenos atrasos na migração até ao limite de constituírem uma obstrução completa, dependendo como tal do tipo de obstáculo, das condições hidrológicas presentes e da(s) espécie(s) em questão (p.e. da condição fisiológica e capacidade natatória). Barreiras completas impedem que os peixes consigam aceder aos habitats essenciais para a reprodução, causando eventuais declínios significativos das respetivas populações, que assim ficam fragmentadas, sofrendo futuramente um maior risco de extinção. Alternativamente, barreiras parciais ou temporais (por exemplo, pequenos açudes rústicos) podem bloquear os movimentos de uma parte da população que apresente menor capacidade natatória (geralmente estágios de vida mais jovens), ou reduzirem o acesso a montante em determinadas alturas do ano (p.e. em situação caudal elevado ou reduzido). O bloqueio completo e parcial ou temporal aos movimentos migratórios pode impactar significativamente as populações piscícolas, através do aumento da mortalidade, da predação e do decréscimo de ovos e juvenis, conduzindo a processos de bottleneck genético e a alterações na dinâmica de meta-populações e meta-comunidades. Além disso, os poucos estudos existentes sobre o efeito de obstáculos fluviais na ictiofauna têm-se centrado, na grande maioria, em obstáculos isolados, infelizmente sem ter em conta o efeito cumulativo que várias barreiras em sequência podem ter na sustentabilidade das diferentes populações de peixes. Figura 1 – Obstáculos fluviais mais frequentes nos cursos de água (da esquerda para a direita): grande barragem, pequena central hidroelétrica e açude rústico. A ictiofauna dulçaquícola em Portugal é constituída por 62 espécies, das quais 43 são nativas, cuja maior parte efetua movimentos migratórios durante o seu ciclo de vida (Fig. 2). Estes movimentos são em grande parte despoletados pelas variações sazonais no caudal fluvial e na temperatura da água, características do clima Mediterrânico, ocorrendo sobretudo no período de reprodução (na primavera para os ciprinídeos e sáveis/savelhas, e entre o outono e o inverno para salmonídeos, como a truta-de-rio, entre outros), mas também ao longo do ano, para procura de locais de alimentação e de refúgio. Como tal, no seu conjunto, as várias espécies piscícolas presentes em cada rio, apresentam alguma forma de migração durante a maior parte do ano, enfatizando a necessidade de livre circulação ao longo do continuum fluvial. Figura 2 – A ictiofauna nativa Portuguesa é constituída sobretudo por ciprinídeos dos géneros Luciobarbus (barbos), Pseudochondrostoma (bogas de boca recta), Squalius (escalos), e outras pequenas espécies residentes (géneros Achondrostoma, Anaecypris e Iberochondrostoma), algumas com elevado estatuto de ameaça. Em Portugal existem cerca de 256 grandes barragens e mais de 8000 pequenas infraestruturas hidráulicas transversais nas regiões hidrográficas do continente, que de alguma forma constituem barreiras à migração piscícola nos sistemas fluviais (Fig. 3). Desta forma, a perda de habitat e as alterações hidromorfológicas têm sido apontadas como o principal impacto da fragmentação fluvial, comprometendo as metas ambientais não só da Diretiva Quadro da Água (2000/60 /CE) - em cujo o Anexo V se descreve os critérios de avaliação para a determinação do estado ecológico e onde se inclui a continuidade fluvial como um dos indicadores de qualidade hidromorfológica que deve ser tido em conta aquando daquela avaliação -, mas também da Diretiva Habitats (92/43/CEE) e do Regulamento que estabelece medidas para a recuperação da unidade populacional de enguia europeia (1100/2007/CE). Consequentemente, a promoção e a melhoria da continuidade fluvial são um tema explicitamente mencionado na nova Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030, que entre outras metas a atingir, prevê o restauro da continuidade fluvial, numa extensão de, pelo menos, 25 000 km. Figura 3 – Infraestruturas hidráulicas transversais em Portugal Continental (Fonte: APA – Agência Portuguesa do Ambiente). Este artigo de opinião tem continuação numa próxima edição da newsletter (A conectividade fluvial em Portugal II- medidas de mitigação e direções futuras). |
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Agenda APRH
Comemorações do Dia Nacional da Água Este ano os SIMAS de Oeiras e Amadora irão voltar a comemorar de forma muito especial o Dia Nacional da Água, a efeméride comemora-se a 1 de outubro, mas os nossos eventos comemorativos serão realizados no Sábado, dia 9 de outubro, no Parque Turma da Mônica, na Amadora e no Domingo, dia 10 de outubro, no Parque dos Poetas (Fase 1), em Oeiras, das 10h às 17h. Workshop “Valorização energética e agronómica de resíduos da atividade pecuária” No âmbito do Projeto INTERREG-Symbiosis II, o workshop de divulgação de resultados irá realizar-se no dia 27 de outubro em modo online. 39th IAHR World Congress From 19 to 24 June 2022, the 39th IAHR World Congress in Granada, Spain will bring together the world's experts on water science, engineering and management to help address the most pressing global water challenges. |
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Outros eventos Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional |
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Dia Nacional da Água EPAL celebra Dia Nacional do Animal com lançamento da nova Fill Forever 4 de outubro #Opinião: Dia Nacional da Água 1 de outubro “Não nos iludamos com a grande transformação daquilo que pode ser a substituição do recurso água”, alerta ministro 1 de outubro Dia Nacional da Água: “É uma boa oportunidade para recentrar o debate” 1 de outubro Dia Nacional da Água: “O ponto de partida deste ano é bem melhor do que o do ano passado” 1 de outubro Águas do Ribatejo integra projeto que visa melhorar gestão integrada de aquíferos 1 de outubro “Nós temos Água!” é o slogan da Águas do Tejo Atlântico para assinalar o Dia Nacional da Água | Ambiente Magazine 1 de outubro |
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Águas do Ribatejo integra “Livro Branco” sobre inovação na qualidade de água 6 de outubro Comissão Europeia premeia Merlin com 21 milhões de euros para recuperar ecossistemas de água doce 6 de outubro “É nosso objetivo fazer crescer o setor da aquicultura na economia do mar” 6 de outubro ENEG 2021: “Antevemos uma edição com o sucesso e a qualidade a que a APDA já́ habituou o setor” 6 de outubro |
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CONTACTOS Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos
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