Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos,

É com grato prazer que esta semana vos trazemos uma Newsletter muito recheada e inspiradora!

No passado dia 22 de março, dia Mundial da Água, tivemos o gosto de anunciar as iniciativas comemorativas dos 45 anos de existência da nossa Associação. Divulgámos uma agenda preenchida de eventos, de cariz técnico e cultural, a terem lugar entre abril e outubro de 2022 e dirigidos a todos os públicos Podem verificar a agenda nesta Newsletter e, desde já, anotarem nas vossas agendas pessoais. Contamos com um envolvimento significativo e participativo de todos vós!

Saiu o nº 2 do volume 42 da Revista Recursos Hídricos, dedicado ao 14.º SILUSBA. Alguns imprevistos adiaram esta edição e agora podemos revisitar alguns dos temas interessantes deste encontro.

Felicitamos-nos ainda pelo merecido destaque que o projeto ECH2O continua a ter, tendo a professora Susana Neto representado a APRH numa apresentação feita no Fórum Participativo Educação Ambiental: O Desafio dos Recursos Hídricos, organizado pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN) no dia 22 de março. Aliás, os nossos destaques de imprensa têm um merecido foco no dia Mundial da Água que foi pretexto para reflexões sobre a relevância deste recurso, bem como para a apresentação de estratégias e soluções de sustentabilidade.

Finalmente e com destaque, congratulamos-nos com o artigo da nossa Comissão Especializada de Águas Subterrâneas, "A água subterrânea e a seca" que enquadra a relevância das águas subterrânea e nos ajuda a percecionar melhor os desafios da sua gestão em território nacional. Notem que este artigo posiciona-se no contexto do dia Mundial da Água em 2022, cujo tema foi: “Águas subterrâneas: Tornando o invisível visível”.

Deixamos-vos a apreciar este conteúdo, desejando a todos um excelente fim de semana!

A Comissão Diretiva da APRH

A água subterrânea e a seca

A água subterrânea é um importante recurso natural, representando 74% da água doce que é consumida em Portugal, dos quais 89% são utilizados para a irrigação. Sendo o recurso hídrico mais utilizado e com elevado valor socioeconómico e ecológico, este encontra-se muitas vezes sujeito a pressões, que são mais difíceis de monitorizar do que a água superficial, dada a sua “invisibilidade” intrínseca e a grande extensão territorial comparada com os recursos superficiais.

No segundo ciclo dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica foi estabelecido que 97,3% e 98,5% das massas de água subterrânea se encontram, respetivamente, em bom estado quantitativo e qualitativo. Porém, no nosso país ainda temos redes de monitorização com fraca representatividade temporal e espacial, que dada a heterogeneidade natural das formações geológicas, tornam mais complicada a aferição do estado das massas de água subterrânea.

Em épocas de seca, a água subterrânea tem-se revelado um recurso resiliente, permitindo a muitos municípios colmatar as suas necessidades, por não haver suficiente água armazenada nas albufeiras. Contudo, dada a facilidade com que se pode abrir um furo sem controlo e sem enquadramento em sistema integrado de gestão de recursos hídricos, a nível local e regional, não é possível aferir a o estado de exploração dos sistemas subterrâneos, fundamental para a mitigação dos efeitos de seca. Assim, a representatividade das redes de monitorização e a nossa compreensão do funcionamento hidráulico dos aquíferos desempenham um papel fundamental, necessitando urgentemente de ser reforçadas de forma a se poder conhecer e antecipar com suficiente precisão os estados quantitativo e qualitativo das massas de água subterrâneas nacionais.

Só é possível uma gestão eficiente, sustentável e equitativa quando conhecemos bem os nossos recursos hídricos e seguimos uma política de transparência que permite o escrutínio por parte da sociedade civil. Os desafios que devem ser abordados passam pela atualização e modernização das redes de monitorização, a gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, com ferramentas online, sustentada pela “internet das coisas”, a disponibilização gratuita de toda a informação referente a dados climatológicos para todo o país pelo Instituto do Mar e da Atmosfera, a compilação e digitalização numa base de dados de todos os relatórios de sondagens dos furos entregues nas dependências regionais da Agência Portuguesa do Ambiente, um Sistema Nacional dos Recursos Hídricos atualizado e com dados de monitorização em tempo real (redes de monitorização do estado químico e quantitativo) e a promoção de estudos técnicos e científicos que recuperem o atraso no conhecimento de todos os nossos aquíferos e massas de água subterrânea. Só desta forma se poderão enfrentar as secas ocasionais e as que são expectáveis face às alterações climáticas.

Uma boa contribuição da IoT seria no controlo da perfuração indiscriminada de furos, às vezes sem licença, recorrendo-se à colocação obrigatória de um chip (GSM) inviolável em cada máquina de perfuração para registo automático da localização geográfica (i.e., à semelhança do que se faz para os táxis e empresas de transporte) para cruzamento ulterior com os pedidos de licenciamento e datas da execução. Tal permitiria à entidade licenciadora - a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) - fiscalizar ativamente e eficazmente as empresas de sondagem registadas em cada Região Hidrográfica. Isto seria uma solução altamente eficaz porque passaria a haver fiscalização por antecipação e não apenas por denúncia ou flagrante. Além disso, o desenvolvimento desta ferramenta enquadra-se bem nos objetivos para a transição digital do Estado prevista no PRR.

Comissão Especializada de Águas Subterrâneas

Maria Paula Mendes,
Manuel Abrunhosa,
José Manuel Monteiro,
Manuela Simões,
Jorge Duque

Revista Recursos Hídricos, Vol. 42, nº 2 -
Número temático do 14.º SILUSBA

Sessão da LPN - representação da APRH e apresentação do projeto Ech2O

A APRH, representada pela Professora Susana Neto, apresentou o projeto ECH2O no Forum Participativo: Educação Ambiental, o Desafio dos Recursos Hídricos, no Dia Mundial da Água.

Agenda APRH

MERLIN webinar #04
Rewilding rivers in the Odra catchment – What is rewilding and why is it important?

Terá lugar a 4 de abril. Será de acesso gratuito, mas com registo obrigatório.

19º CURSO DE EXPLORAÇÃO E SEGURANÇA DE BARRAGENS - CESB 2022

A 19ª edição do Curso de Exploração e Segurança de Barragens vai realizar-se em Lisboa, nas instalações da Direção-Geral do Território e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, de 9 a 19 de maio de 2022.

Outros eventos

Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional

Tejo Atlântico dedica semana à Água com iniciativas de sensibilização

24 de março

Sensibilização, preservação e consciencialização marcam o Dia Mundial da Água

22 de março

“Não deixe que esta seja a gota d’água” é o mote da campanha da EPAL para assinalar Dia Mundial da Água

22 de março

SMAS de Leiria sensibilizam para um uso consciente da Água

22 de março

“Águas Sem Fronteiras” desafia comunidade algarvia a poupar água

22 de março

Águas do Vale do Tejo e Serviços Municipalizados de Castelo Branco juntam-se para assinalar Dia Mundial da Água

21 de março

Lisboa é pioneira na reutilização de água para rega dos jardins municipais

23 de março

Águas de Gaia e Associações Europeias juntas em prol do abastecimento básico de água na Ucrânia

23 de março

#Opinião: “Uso Eficiente da Água: Necessário e Urgente”

22 de março

Reciclar um litro de óleo alimentar usado pode preservar até um milhão de litros de água

22 de março

Projeto de Eficiência Hídrica evita desperdício de três mil milhões de litros em perdas de água na rede pública da Maia

22 de março

Lisboa dá primeiro passo para usar água reciclada nos espaços verdes da cidade

22 de março

O projecto Água+ prevê acabar com a utilização de água potável na rega dos espaços verdes de Lisboa, substituindo-a por águas residuais tratadas. Primeiramente na zona do Parque das Nações Norte, por via da ETAR de Beirolas, o projecto deverá depois estender-se ao resto da cidade através das ETARs de Alcântara e de Chelas e do Aqueduto das Águas Livres.

Portugal marca presença no 9.º Fórum Mundial da Água

21 de março

Environmental Waves centra aposta em soluções inovadoras para o tratamento da água

21 de março

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