Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos, Esta Newsletter antecede o período de férias, sendo com satisfação que apresentamos uma edição com muito conteúdo. Além das notícias diversas, links úteis e da agenda de eventos, incluímos uma descrição do Workshop ”Modelação de bacias hidrográficas como suporte à gestão de recursos hídricos”, o qual teve lugar no passado dia 23 de junho. Entre os três destaques desta Newsletter encontram-se dois artigos produzidos pelas Comissões Especializadas das Zonas Costeiras e do Mar (CEZCM) e da Qualidade da Água e dos Ecossistemas (CEQAE). O primeiro é a Parte 2 do tema "Monitorização costeira, partilha de dados e sistemas de previsão oceânicos e costeiros" e o outro debruça-se sobre "Espécies Exóticas Invasoras: um desafio atual e transversal". Ambos os assuntos são da maior relevância e estas sínteses, meticulosamente preparadas pelas CEZCM e CEQAE, são uma excelente oportunidade de conhecimento e atualização. O terceiro destaque é o 16º Congresso da Água. É com grato prazer que comunicamos a semana da realização deste evento, 21-24 de março de 2023, para que possam, desde já, reservar a data. Como sabem, a realização do congresso anterior colocou um desafio à sua Comissão Organizadora e à Comissão Diretiva anterior, devido à situação de pandemia. O 15º Congresso da Água acabou por ser realizado em 2021, um ano após a data preconizada e na modalidade online. Assim, a oportunidade de nos encontrarmos presencialmente, no icónico Centro de Congresso do LNEC, Lisboa, e contribuirmos com os nossos trabalhos, presença e discussões para bem "Viver com a Água" merece, sem dúvida, um destaque nas nossas agendas. Recordamos ainda que os eventos das comemorações dos 45 anos da Associação continuarão a ter lugar a partir de setembro, estejam atentos. Finalmente, despedimos-nos até ao início de setembro. Desejamos a todas e todos um excelente mês de agosto e, a quem se aplique, umas ótimas e retemperantes férias! A Comissão Diretiva da APRH |
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Artigo de opinião Texto produzido pela Comissão Especializada das Zonas Costeiras e do Mar Monitorização costeira, partilha de dados e sistemas de previsão oceânicos e costeiros (Parte 2) As previsões oceânica e costeira diferem em termos de escala espacial, normalmente planetária ou à escala de um oceano ou mar regional no primeiro caso, e regional e/ou local no segundo. Existem diversas agências mundiais que têm a capacidade operacional de gerar previsão meteorológica e oceanográfica global sendo as mais utilizadas a National Oceanic and Atmospheric Administration, NOOA (https://www.noaa.gov/) e a European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, ECMWF (https://www.ecmwf.int/), que disponibilizam gratuitamente os resultados dos seus modelos numéricos globais atmosféricos e de geração e propagação de ondas (considerando como forçamento de vento os resultados dos modelos globais atmosféricos). À escala regional e local, existem diversos sistemas de previsão, em geral forçados por dados dos sistemas de previsão meteorológica e oceanográfica global mencionados. Na Tabela 2 apresenta-se (a título exemplificativo) uma lista de entidades que produzem e disponibilizam resultados de sistemas de previsão oceânica e costeira em território português, aos quais dão acesso livre diretamente ou mediante solicitação.
Os sistemas de previsão apresentam duas componentes fundamentais: os dados de monitorização que deverão ser disponibilizados desejavelmente em tempo real e as ferramentas de modelação que permitem simular os processos costeiros e que poderão ser baseadas em modelos determinísticos ou obtidos a partir de dados históricos. A adaptação das zonas costeiras às alterações climáticas tem nos sistemas de previsão uma resposta tecnológica que é fundamental para prevenir e mitigar efeitos de eventos extremos, contribuindo para a proteção de populações e infraestruturas. Se as previsões de médio e longo prazo apresentam ainda uma incerteza muito elevada que dificulta a tomada de decisões, já as previsões de curto termo (horas, dias) poderão ser utilizadas para gerar alertas com um grau de confiança aceitável. No caso da aplicação na zona costeira, estes sistemas estão ainda numa fase inicial de desenvolvimento, havendo já diferentes soluções para previsões de níveis e correntes locais e, nalguns casos em que está disponível informação batimétrica de resolução espacial adequada, da propagação da agitação. Estes sistemas, poderão estender-se a outras variáveis para além das hidrodinâmicas como a variáveis indicadoras da qualidade da água ou geomorfológicas. Estas adquirem uma relevância especial no contexto da proteção de praias arenosas. Os sistemas de previsão costeiros poderão ser criados tendo por base plataformas tecnológicas que permitam integrar os dados de monitorização, as previsões de modelos atmosféricos e os modelos hidrodinâmicos e morfodinâmicos. Estas plataformas requerem uma elevada especialização, havendo algumas que estão disponíveis de forma gratuita para fins de ensino e investigação como é o caso da plataforma FEWS (Flood Early Warning System - https://oss.deltares.nl/web/delft-fews) do laboratório Deltares nos Países Baixos. Esta plataforma permite a integração de um vasto conjunto de dados em tempo real e a configuração de dezenas de modelos utilizados em todo o mundo. O processamento de dados é facilitado por um vasto conjunto de funcionalidades desenvolvidas para o efeito, permitindo a assimilação de dados ou calibração automática dos modelos com base nas observações disponíveis no instante da previsão e a automatização das previsões ou conjuntos de previsões tendo por base diferentes resultados de modelos atmosféricos. A variabilidade local da hidrodinâmica e morfodinâmica costeiras exige uma capacidade de simulação que envolve necessariamente modelos robustos de elevada resolução espacial para que os alertas gerados com base em previsões sejam credíveis. O investimento neste tipo de plataformas é, todavia, muito inferior aos benefícios que poderão resultar para as populações se forem devidamente implementados considerando que os horizontes de previsão envolvendo níveis de incerteza aceitáveis são já suficientemente longos para permitir a adoção de medidas de proteção eficazes Artigo de opinião Texto produzido pela Comissão Especializada da Qualidade da Água e dos Ecossistemas Espécies Exóticas Invasoras: um desafio atual e transversal A disseminação de espécies exóticas invasoras1 (EEI) é, atualmente, considerada uma das principais ameaças à preservação da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas, com impactos sociais, económicos e ambientais significativos. A invasão de área por uma EEI poderá implicar custos económicos significativos, quer pelo impacto em atividades económicas, quer pelo investimento necessário para controlar a proliferação da mesma e proceder ao restauro das áreas afetadas. Figura 1: Exemplos de EEI: Jacinto de água (imagem de fundo), ameijoa-asiática, perca-sol, lagostim-vermelho-da-Luisiana e peixe-gato-negro (da esquerda para a direita). O desenvolvimento de uma estratégia, de médio e longo prazo, para a gestão das EEI, num determinado território é uma componente fundamental no contexto das invasões biológicas e na preservação dos ecossistemas. O desenvolvimento de uma estratégia, de médio e longo prazo, para a gestão das EEI, num determinado território é uma componente fundamental no contexto das invasões biológicas e na preservação dos ecossistemas. Figura 2: Gestão de Espécies Exóticas Invasoras (EEI) – esquema adaptado do livro “As invasões biológicas em Portugal: História, Diversidade e Gestão (Vaz et al. 2018). O Decreto-Lei n.º 92/2019, de 10 de julho transpõe o Regulamento (UE) n.º 1143/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2014 relativo à prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras. No âmbito deste Decreto-Lei um dos instrumentos previstos é a elaboração de planos de controlo, contenção ou erradicação de EEI, os quais podem ter uma abrangência nacional ou local e podem englobar grupos de espécies com características semelhantes. Após a publicação deste diploma tem sido promovida a elaboração de vários planos de controlo para diferentes espécies e áreas do Portugal. Estes preveem numa primeira parte a caracterização da(s) espécie(s) e da área de ocorrência. Numa segunda parte devem ser identificados os meios e medidas de prevenção e controlo, áreas prioritárias de intervenção, cronograma, recursos e fontes de financiamento, bem como as entidades intervenientes e definição de tarefas e responsabilidades. Estes planos têm sido promovidos pela Agência Portuguesa do Ambiente, pelas Comunidades Intermunicipais, pelas Câmaras Municipais, entre outras entidades e constituem instrumentos de trabalho relevantes na gestão das EEI. No entanto, é fundamental que após a aprovação dos planos seja assegurado um trabalho e acompanhamento permanente, bem como os meios necessários à implementação dos mesmos, nomeadamente de recursos humanos e financeiros. Um desinvestimento na implementação destes poderá implicar uma nova invasão da área afetada, por vezes com uma dispersão muito superior em relação à área inicial e com custos acrescidos no controlo e contenção das EEI. Na implementação destes planos a articulação entre as diferentes entidades com competências no território e na gestão das EEI, com partilha de recursos humanos, equipamentos e informação é, igualmente, e constitui uma mais-valia para o sucesso de uma estratégia de médio e longo prazo de gestão das espécies exóticas invasoras. Em síntese os desafios subjacentes às invasões biológicas pressupõem um acompanhamento permanente, com manutenção de recursos e o envolvimento de todas as partes interessadas. Bibliografia consultada: Vaz, A. S. (coord.); Vicente, J. R.; Queiroz, A. I.; Marchante, E; Honrado, J. P.; Silva, L. (eds.) (2018). As invasões biológicas: História, Diversidade e Gestão (1ª ed.). Autores e Editores. Decreto-lei n.º 92/2019, de 10 de julho – publicado no Diário da República, 1.ª Série n.º 130 – páginas 3428 a 3442. 1 - Espécie invasora – espécie exótica cuja introdução na natureza ou propagação num dado território ameaça ou tem impacto adverso na diversidade biológica e nos serviços dos ecossistemas a ela associados, ou tem outros impactos adversos (Decreto-lei n.º 92/2019, de 10 de julho) |
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Agenda APRH
Workshop ”Modelação de bacias hidrográficas como suporte à gestão de recursos hídricos” O Workshop ”Modelação de bacias hidrográficas como suporte à gestão de recursos hídricos” decorreu no dia 23 de junho, com participação de interessados de várias entidades, como a Associação de Beneficiários do Mira, Universidade do Porto, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Munícipio de Ourém, Nemus, Direcção-Geral do Ordenamento do Território (DGOT), Instituto Superior Técnico, entre outros. O workshop deu início com as boas-vindas pela representante da CEQAE Carina Almeida, seguida pela representante da APRH Ana Estela Barbosa, e pela Diretora da Faculdade de Engenharia da ULHT, instituição de acolhimento do local. De seguida o Prof Rodrigo Oliveira, do Instituto Superior Técnico, realizou a sua apresentação entitulada “A ferramenta de modelação como apoio à gestão de água”. Seguiu-se a apresentação “ Modelação hidrológica em alterações climáticas” da Investigadora Sílvia Carvalho da FCUL. Depois da pausa, o evento continuou com a apresentação do “Caso de estudo Brasil: integração modelos de bacia e albufeira para estudo da qualidade da água” apresentado pela empresa Aqualogus, seguido do “Caso de estudo do Enxoé: cheias e erosão”, apresentado pelo Investigador Lucian Simionesei do IST, e por último o “Caso de estudo do Sorraia: agricultura e práticas agrícolas”, apresentado pela Prof. Carina Almeida da FE-ULHT. Seguiu-se um momento de discussão entre os oradores e assistência. Durante a tarde, numa sessão orientada pela prof. Carina Almeida, os participantes tiveram a oportunidade de aprender a utilizar o modelo hidrológico SWAT num caso esquemático. O evento terminou com feedback bastante positivo pelos participantes. Zona Costeira Portuguesa: Passado, Presente e Futuro A celebração do 45º aniversário da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos inclui a organização de eventos temáticos pelas suas Comissões Especializadas. Nesse sentido a Comissão Especializada das Zonas Costeiras e do Mar organiza um evento de reflexão sobre a zona costeira portuguesa e sobre os desafios que se colocam em relação à gestão, conhecimento e tecnologias para o futuro, que terá lugar na Figueira da Foz, Centro de Artes e Espetáculos, 10 de outubro de 2022 14:00. Prevenção e Controlo da Legionella em Sistemas de Água - Análise e Gestão do Risco (Inclui análise da Lei n.º 52/2018, da Portaria 25/2021, e do Despacho 1547/2022) Formato online. Data: 19, 20, 21 e 22 de Setembro de 2022 Determinação da Pegada de Carbono Formato online. Data: 26, 27, 28, 29 e 30 de Setembro de 2022 Atualização do Programa do Congresso Nacional de Rega e Drenagem (CNRD) |
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Outros eventos Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional |
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Primeiro projeto do mundo para canalizar água dessalinizada em lago natural deve começar a operar 20 de julho No início do próximo ano, Israel deve se tornar o primeiro país do mundo a canalizar água dessalinizada para um lago natural – o Mar da Galiléia Revista APDA #25 dedicada ao nexus água, energia e alimentos 20 de julho "As condições de seca cobrem agora 94% do Texas (EUA)" (notícia em inglês) 19 de julho "Secas na Europa em julho de 2022: quase metade da União Europeia e território do Reino Unido em, risco"(notícia em inglês) 18 de julho Comissão Europeia: 46% do território da UE em risco de seca 18 de julho Conselho Mundial da Água reune pela primeira vez em Lisboa 18 de julho Remoção da barreira fluvial obsoleta em Galaxes vai demorar dez dias 18 de julho Setor energético quer saber as escolhas dos consumidores para poupança de água e energia no mercado de torneiras e chuveiros 18 de julho APDA: Prazo para as inscrições na 2.ª edição do JOPA termina a 15 de agosto 15 de julho Hidrogênio Verde e o Papel do Reúso e da Dessalinização 15 de julho Oceanário de Lisboa assinala semana de “Sensibilização para o Tubarão” 14 de julho Tecnologia baseada em algas é a mais sustentável ambiental e economicamente para as empresas de tratamento de águas residuais 14 de julho EDIA adia transferência de água de Alqueva/Alvito/Odivelas. Água para agricultura pode cair 28% 11 de julho | ||||||||||||||||||||||||||||
O que é a Água Dura? 13 de julho Água em Portugal ainda longe de chegar a todos ao mesmo preço Em Portugal, as famílias continuam a ser discriminadas no acesso à água, em função da sua dimensão e do município onde vivem. A tarifa fixa da água vai de 0 a 16€ e o total da fatura da água regista diferenças que podem significar mais de 600€/ano para o mesmo consumo. Estas são as conclusões da 7ª edição do Estudo Comparativo dos Tarifários de Abastecimento de Água de Portugal, promovido pela Associação Portuguesa das Famílias Numerosas. CAMPANHA DE ALERTA PARA A SECA - “Um minuto por dia, vamos fechar a torneira à seca” Sob o mote “Vamos fechar a torneira”, o Grupo Águas de Portugal e a Agência Portuguesa do Ambiente, em parceria com a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos e com o financiamento do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, lançam uma campanha de comunicação com o objetivo de sensibilizar para a importância de reduzir os consumos e fazer um uso eficiente da água no contexto de seca que se vive em Portugal. |
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