Caros Associadas e Associados, Colegas e Amigos, Os destaques desta semana dedicam-se aos eventos promovidos pelas Comissões Especializadas da APRH, nomeadamente “Água, Território e Música: Os sons da Água na Arquitetura da Paisagem” da responsabilidade da Comissão Especializada da Água, Território e Cultura (CEATC) e “Zona Costeira Portuguesa: Passado, Presente e Futuro” da responsabilidade da Comissão Especializada das Zonas Costeiras e do Mar (CEZCM). Destaca-se também a presença da APRH, no evento “Emergência Climática - a Água e o Território”, promovido pelo Município de Arouca e que decorreu hoje (23/09/2022). A apresentação do Vice-Presidente da APRH, Jorge Cardoso Gonçalves, intitulou-se “O futuro da Água: Inovação & Desenvolvimento” e versou sobre as temáticas “Água e Território”, “Educação para a Água”, “Gestão da Água”, “Inovação e Desenvolvimento” e apresentou uma “Visão Prospetiva” sobre o “Futuro da Água”. Na parte relacionada com a “Educação para a Água” foram destacados os projetos ECH2O-AGUA e PANDDA, promovidos pela APRH. Nesta conferência foram ainda abordados os temas “As crises climáticas: a Água e a vida na Terra” (Artur Sá – Professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), “A Gestão dos Recursos Hídricos em Portugal” (José Pimenta Machado – Vice-Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente), “O Sistema de Águas do Nordeste: A eficiência coletiva” (José Machado do Vale – Presidente da Águas do Norte, S.A.) e “A Água & o Arouca Geopark - Apresentação do projeto: Observatório da Água” (Daniela Rocha - Coordenadora Executiva da Associação Geoparque Arouca). Foi apresentado o Documentário “O regadio em Mansores” (Museu Municipal - Câmara Municipal de Arouca) e seguiu-se um debate com os intervenientes na Conferência. Nesta edição partilhamos o artigo de opinião da Comissão Especializada de Qualidade da Água e dos Ecossistemas (CEQAE), referente aos fogos florestais e impacto nos sistemas aquáticos. Com o objetivo de ir ao encontro dos interesses dos nossos Associados, integram-se notícias e temas relacionados com os recursos hídricos para leitura e reflexão. A Agenda da APRH permanece atualizada com os eventos que decorrerão este ano. Recorda-se o desafio que tem vindo a ser feito a todos os Associados Individuais e Coletivos da APRH, para partilharem ideias/opiniões através de notícias ou artigos de opinião (com a dimensão máxima de 1 página A4 a enviar para aprh@aprh.pt). Desejamos a todos um ótimo fim-de-semana! A Comissão Diretiva da APRH |
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A Conferência "Água, Território e Música. Os Sons da Água na Arquitetura da Paisagem", decorrerá no próximo dia 30 de setembro, entre as 09h30 e as 13h00, no Museu Nacional da Música. Esta iniciativa é uma co-organização da Comissão Especializada Água, Território e Cultura da APRH e do Museu Nacional da Música. A inscrição na Conferência é gratuita mas sujeita a confirmação em: CONFIRMAÇÃO DE PRESENÇA. A entrada no Museu faz-se através do bilhete normal (3 euros). A celebração do 45º aniversário da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos inclui a organização de eventos temáticos pelas suas Comissões Especializadas. Nesse sentido a Comissão Especializada das Zonas Costeiras e do Mar organiza um evento de reflexão sobre a zona costeira portuguesa e sobre os desafios que se colocam em relação à gestão, conhecimento e tecnologias para o futuro. Implicações dos incêndios rurais no meio aquático Texto produzido pela Comissão Especializada de Qualidade da Água e dos Ecossistemas Os mais de 100.000 ha de área ardida no corrente ano não podem deixar de nos fazer refletir sobre as consequências deste desastre ambiental, nomeadamente em termos de perda de solo nas bacias hidrográficas. A cor negra que apresenta o solo florestal após o fogo deve-se à acumulação de cinzas e folhada parcialmente consumida. As propriedades do solo são fortemente afetadas, verificando-se, frequentemente, um aumento do pH e da condutividade elétrica (esta devido à mineralização da matéria orgânica), afetando a capacidade enzimática do solo. Á superfície podem atingir-se temperaturas de 500-800 0C, até mesmo de 1.440 0C, mas como o solo é mau condutor a diminuição da temperatura em profundidade é muito acentuada a níveis inferiores aos 5 cm de profundidade. Outra consequência do fogo resulta no aumento da hidrofobicidade (repelência à água) do solo, processo que se intensifica continuamente até aos 250 ºC, com efeitos diretos na diminuição da infiltração da água, resultado da acumulação de cinzas, volatilização dos compostos orgânicos e posterior condensação nas partículas do solo. O carbono e o azoto tendem a ser completamente volatilizados a temperaturas superiores a 550 ºC enquanto que elementos como cálcio (Ca) e magnésio (Mg), necessitam de temperaturas mais altas para serem volatilizados, acabando por ser exportados através das cinzas. Acresce que o mencionado aumento do pH e da condutividade favorecem também a solubilidade de catiões como Ca, Mg, sódio (Na) e potássio (K). Saliente-se que, mesmo para temperaturas superiores a 80 ºC, verifica-se já uma alteração profunda na flora microbiana do solo, com o seu desaparecimento completo acima dos 150 ºC. Fogo em progresso em Andrães, Vila Real (2018) Os fatores acima mencionados favorecem a erosão hídrica (e a lixiviação de nutrientes), causada pelo efeito splash (mobilização das partículas de solo com a energia cinética das gotas de água) e pelo escoamento superficial, variando de acordo com a intensidade e quantidade da precipitação, bem como do comprimento da encosta e rugosidade superficial, aspetos potenciados pela mencionada impermeabilização das camadas superficiais. As alterações hidrológicas que podem ocasionar cheias intensas e perdas de solo são muto variáveis de acordo com a natureza da combustão. Acresce que a estrutura, textura e porosidade do solo variam também com as condições térmicas verificadas à superfície durante o fogo. Por exemplo, os incêndios muito intensos podem levar à fusão das argilas e ao aumento proporcional do limo e areia. Embora a literatura disponível aponte números muito variados, perdas de solo extremas podem variar entre 20 a 170 ton. ha-1 /ano, não só em Portugal, mas também na Bacia Mediterrânica. As consequências da erosão são difíceis de avaliar dado que, com altas temperaturas, pode ocorrer a recristalização de alguns minerais, essencialmente hidróxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al), o que sendo positivo, por aumentar a estabilidade do solo, traduz-se em baixos teores de matéria orgânica, afetando a regeneração da vegetação. Por sua vez, com a ausência de vegetação em declives moderados a elevados existe uma elevada suscetibilidade para a formação de ravinas, aumentando a escorrência em detrimento da infiltração. Após o incêndio a declividade passa a ser o fator condicionante da perda de solo, o que acontece especialmente em solos incipientes. Por sua vez, os impactes da erosão torrencial levam ao transporte de sedimentos para as linhas de água, com o concomitante assoreamento dos rios, diminuindo a sua capacidade de vazão, incrementando cheias rápidas e potenciando ainda a erosão fluvial. Um aspeto fundamental que influencia a taxa de escoamento superficial e a eficácia no transporte de materiais ao longo da vertente (material inerte e material lenhoso) prende-se com a existência de obstáculos ao longo da encosta, desde descontinuidades geomorfológicas a barreiras introduzidas pelo homem (ex. estradas, terraços, etc.). Cenário de pós-fogo junto a uma linha de água (Mação, 2019) Decorrente dos incêndios ocorridos neste Verão de 2022 será de esperar que o próximo Inverno (e o do ano seguinte) coincida com o período mais crítico para o aumento do escoamento e perda de solo, bem como para o input de azoto e fósforo nas linhas de água, neste caso conduzindo à sua eutrofização, para além do carreamento de sedimentos colmatando os leitos, criando problemas adicionais de erosão fluvial, devido à acumulação destes materiais criar uma forte resistência ao fluxo de água, reduzindo as secções de vazão das passagens hidráulicas devido ao assoreamento. Do ponto de vista ecológico, a deposição de finos leva à destruição de zonas de desova dos peixes e à asfixia das comunidades bentónicas (que habitam o substrato), com o concomitante impacto na biodiversidade. Acresce que, em situações de seca, como a que ocorre atualmente, é atrasada a recuperação da cobertura vegetal, pelo que os picos de cheia a ocorrerem nos próximos meses podem ter um efeito dramático na perda de solo, embora seja expectável que os fenómenos de erosão se possam prolongar até cerca de 1 década, mas diminuindo progressivamente. A elevada recorrência de incêndios (por vezes com apenas 4-5 anos de intervalo,) numa mesma bacia, agrava progressivamente a sua impermeabilização e faz com que se produzam hidrogramas com ramos ascendentes mais declivosos e antecipados, isto é, com picos de cheia não só de maior magnitude, mas também, mais rápidos após a chuvada, podendo afetar a segurança das próprias populações pelas inundações súbitas. Tudo isto aponta para que seja necessária uma intervenção muito rápida após o fogo, adotando as medidas designadas como “estabilização de emergência” que devem ser particularmente destinadas a zonas de alto risco de erosão, frequentemente associadas com a severidade do fogo. Assunto que certamente merecerá um próximo artigo sobre este tema… |
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Agenda APRH
Da colaboração entre a APRH e a ABRHidro resulta o acesso rápido à newsletter semanal da nossa congénere Brasileira, bastando para isso clicar no link abaixo. LEMBRETE do prazo para submissão de comunicações 23 Setembro O prazo para entrega de Comunicação para o evento, foi adiado para o dia 23 de setembro (sexta-feira). Webinar | 27/09 | Poupança de água e energia nas escolhas dos consumidores Debate exclusivo sobre "Valorização da poupança de água e energia nas escolhas dos consumidores", no dia 27 de setembro, das 10h30 às 12h15 (UTC+1, Portugal). A sessão “De Dakar a Bali, passando por Nova Iorque” irá se realizar no próximo dia 29 de setembro 2022, 5.ª feira, pelas 14h30, em formato híbrido. Colóquio Online sobre a Economia Azul para os Países de Língua Portuguesa O Secretariado Permanente do Fórum de Macau está a organizar, em colaboração com a Faculdade de Gestão da Universidade da Cidade de Macau, um Colóquio sobre Economia Azul para os Países de Língua Portuguesa, em formato online, a decorrer nos dias 30 de setembro, 6, 7, e de 10 a 13 de outubro de 2022. Curso "Soluções técnicas para reabilitação de sistemas de drenagem urbana No âmbito da Iniciativa Nacional para o Controlo de Afluências indevidas, iAFLUI, o LNEC promove o Curso "Soluções técnicas para reabilitação de sistemas de drenagem urbana (RSDU)". |
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Outros eventos Mantenha-se a par dos eventos relacionados com os recursos hídricos, a nível local, nacional e internacional |
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“Valorização das poupanças de água e energias nas escolhas dos consumidores” em debate 22 de setembro Nova exposição no SEA LIFE Porto alerta para os plásticos no oceano 22 de setembro APDA promove debate sobre “A Urgência da Água” 21 de setembro Indaqua premeia consumidores que adiram às redes de água e saneamento 21 de setembro Minimizando o risco microbiano (microbiológico) na indústria de bebidas por meio de projeto higiênico 21 de setembro Comissão Europeia junta-se às celebrações do Dia Internacional de Limpeza Costeira 16 de setembro | ||||||||||||||||||||||||||||
Infraestrutura Natural para Água em Campinas (SP) e Região O estudo oferece aos gestores de recursos hídricos um panorama da relação custo-benefício e do potencial da infraestrutura natural no controle de sedimentos lançados aos corpos d’água que abastecem a região. |
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