Título:

Diretrizes ecológicas em projetos de recuperação de rios urbanos tropicais: Estudo de caso no rio Ti

Resumo:

Grande parte os rios urbanos tropicais encontram-se em estado avançado de degradação devido, principalmente, a ausência de tratamento dos efluentes domésticos. Contudo, somente o tratamento dos efluentes não é capaz de reabilitar aspectos funcionais de sistemas lóticos. O projeto de recuperação do Rio Tijuco Preto, financiado pela Prefeitura Municipal de São Carlos, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, teve como um dos pilares a recuperação de aspectos funcionais do sistema, buscando compatibilizar soluções de drenagem urbana, paisagismo e funcionalidade ecológica. O presente estudo foi desenvolvido em duas etapas: diagnóstico ambiental inicial e a elaboração de diretrizes para as obras de reabilitação. Na fase de diagnóstico, foram realizadas amostragens de água, sedimento e comunidades biológicas (macroinvertebrados), além de análises de características hidráulicas e ensaios ecotoxicológicos. Baseando-se em fotos aéreas e relatos de moradores, foi possível realizar uma análise retrospectiva das características ambientais existentes na década de 60, antes da urbanização em massa da bacia. Foram identificadas as regiões do sistema que possuem alto valor para a recolonização de macroinvertebrados (diversidade Shannon de 2,1 e 3,1 bits/ind.) e como criadouros naturais de peixes e anfíbios e a fragmentação do sistema causada por obras hidráulicas. Através da interpretação do diagnóstico ambiental, foram elaboradas diretrizes para a realização das obras de recuperação, discutindo-se os resultados com a equipe. Em muitos casos, a opção por tecnologias que restabelecem aspectos funcionais dos sistemas lóticos, apresentaram menores custos em relação à tecnologia convencional (canalização de concreto), sem interferir na eficiência da drenagem urbana. Um dos maiores problemas encontrados durante o estudo foi a obtenção de materiais que possuam resistência mecânica as fortes torrentes tropicais e que permitam criar uma estrutura física capaz de sustentar a funcionalidade ambiental em longo prazo.

Autores:

E. L. G. Espíndola, D. S. Barbosa

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