Glossário
A
Abicar (I.to beach) | Dar na praia. Chegar com a proa em terra. | |
Abiótico (I. abiotic) | Caracterizado pela ausência de vida. Lugar ou processo sem seres vivos. | |
Abrasão (I. abrasion) | Desgaste mecânico por materiais rochosos transportados pelo vento ou pela água. | |
Abrolho (Br) (I. water chestnut) | Acidente do relevo submarino constituído por um rochedo que por vezes aflora junto à costa, formando ilhas. | |
Acção Antrópica (I. anthropic action) | Qualquer actividade desenvolvida pelo homem sobre o meio ambiente, independentemente da sua natureza positiva ou negativa. | |
Achada | Termo regional açoreano que designa região plana geralmente coincidente com a superfície de erosão de mantos lávicos horizontais ou quase horizontais. O mesmo que chã. Usa-se, também, nas ilhas de Cabo Verde. | |
Acidez (I. acidity) | Presença de ácido, ou seja, presença de um composto hidrogenado que, em estado líquido ou dissolvido, se comporta como um eletrólito. A concentração de íons H+ é expressa pelo valor do pH. | |
Aerobiose (I. aerobiosis) | Condição de vida em presença do oxigênio livre. | |
Afluente (I. affluent; tributary) | Denominação aplicada a qualquer curso de água, cujo volume ou descarga contribui para aumentar outro, no qual desagua. | |
Agenda 21 (I. agenda 21) | Programa de acção para este século elaborado na Conferência do Rio 92. Tem 40 capítulos e mais de 2.500 recomendações para os governos, agências de fomento e empresas. Cobre cada área do desenvolvimento sustentável, do combate à pobreza à protecção da vida selvagem, passando do planeamento urbano, saneamento básico e produção agrícola. Agenda 21, ainda pode ser considerado um protocolo contendo uma lista de compromissos e acções, entre os quais os de reestruturar a economia, assegurando uma sobrevivência humana digna, preservando a saúde e os recursos naturais do planeta, objectivando o Desenvolvimento Sustentável. O protocolo foi assinado por mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, durante a Conferência de Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1992 – a Rio 92. | |
Agregados (I. aggregate, construction aggregate) | Termo genérico que abrange todos os tipos de material particulado grosseiro utilizado em construção, incluindo cascalho, areia e rocha britada. Muitas vezes, os agregados são extraídos dos rios ou, mesmo, na praia, o que, com frequência, induz impactes muito negativos no litoral. Porém, essa prática tem vindo a ser restringida por razões ambientais, havendo actualmente legislação, em Portugal, que a proíbe. | |
Água de escorrência (I. runoff) | Água das chuvas que corre sobre a superfície do terreno e vai alimentar directamente os cursos de água. É um dos principais agentes de erosão. | |
Água do mar (I. seawater) | Água com alta concentração em sais dissolvidos, e que ocorre em ambientes hídricos marinhos. Utiliza-se, geralmente, por contraposição a água doce. A salinidade média da água do mar é 35‰. Porém, há heterogeneidades entre as diferentes regiões marinhas, variando a concentração de sais entre e 30‰ e 35‰. Na proximidade de grandes rios a salinidade pode ser bastante menor, chegando mesmo aí a ocorrer, no decurso das grandes cheias, água doce. A salinidade da água do mar também diminui significativamente em zonas em que os glaciares chegam ao mar, devido à fusão do gelo. O mar aberto com maior salinidade é o Mar Vermelho onde, devido à evaporação (amplificada pela acção do vento), à pequena precipitação, ao reduzido fornecimento fluvial, e à circulação muito confinada, a salinidade varia entre 36‰ e 38‰. No caso de mares fechados, devido à evaporação, a salinidade pode ser bastante maior, como acontece no Mar Morto que apresenta, nos 35 metros superficiais, salinidades da ordem de 300‰ a 400‰. A densidade da água do mar varia com a salinidade e a temperatura. A densidade média da à superfície é de 1,025g/ml, variando entre 1,020 g/ml e 1,029 g/ml, mais densa do que a água doce (1,000g/ml). Em profundidade, devido à temperatura e à pressão, a densidade da água é tendencialmente maior, atingindo valores de 1,050g/ml ou maiores. A temperatura de congelação da água do mar decresce em função da salinidade sendo de -2ºC para a salinidade 35%o. |
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Água salobra (I. brackish water) | Água com salinidade intermédia entre a água salgada (marinha) e a água doce, isto é, com salinidade entre 5‰ e 30‰. É, portanto, uma mistura de água doce com água salgada. Ocorre em ambientes diversificados, mas principalmente em estuários e lagunas, embora alguns mares sejam, também, constituídos por água salobra. As característica salinas nos corpos lagunares dependem essencialmente do afluxo fluvial de água e das trocas hídricas com o oceano, bem como das características climáticas, visto que a precipitação intensa ou a aridez climática podem modificar substancialmente a salinidade à superfície. São estes mesmos factores que influenciam a salinidade nos estuários, embora nestes os aspectos relacionados com a circulação sejam, em geral, bastante mais importantes. Perante caudais fluviais muito importantes (cheias) os estuários podem ficar totalmente preenchidos com água doce, sendo a água salobra empurrada para a plataforma continental. Se os caudais fluviais são muito grandes, a pluma de água salobra pode penetrar bastante na água marinha. Um caso extremo é do rio Amazonas, cujas águas diluem a salinidade à superfície do Atlântico, tornando-a salobra, até distâncias que, por vezes, ultrapassam os 300 quilómetros. No que se refere a mares, o que apresenta maior salobridade é o Mar Báltico que, à superfície, na parte central, apresenta salinidades entre 6 e 8 ‰, sendo ainda menor nos golfos em que desaguam os rios com maior escoamento. Na parte central da bacia, abaixo dos 50 metros de profundidade, devido à estratificação das massas de água, a salinidade atinge valores entre 10 e 15‰. A água salobra do mar Báltico resulta do facto de ser um mar confinado (que contacta com o mar do Norte através dos estreitos da Dinamarca), para onde escoam cerca de duas centenas de rios. O Mar Negro tem algumas semelhanças com o Báltico porquanto é, também, bastante confinado (efectuando trocas hidrológicas com o Mediterrâneo apenas através do Estreito do Bósforo – Mar de Mármara – Estreito de Dardanelos), e nele desaguam vários rios, dos quais os mais importantes são o Don, o Dnieper e o Danúbio. A salinidade à superfície e da ordem de 18‰. Porém, abaixo da superfície localiza-se a Água Fria Intermédia, com água mais fria e salgada resultante do arrefecimento e decréscimo dos escoamentos fluviais durante o Inverno. Na base desta massa de água, entre os 100 e os 200 metros de profundidade, define-se a principal picnoclina (simultaneamente termoclina e haloclina), abaixo da qual a salinidade aumenta para valores da ordem de 22‰ ou um pouco maiores. Por via de regra não é detectada a existência de água salgada: apenas existe água salobra. |