Volume 17, Issue 2 - December 2017
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Revista de Gestão Costeira Integrada
Volume 17, Issue 2, December 2017, Pages 99-116
DOI: 10.5894/rgci-n48
*Submission: 07 SET 2016; Peer review: 4 ABR 2017; Revised: 06 FEV 2018; Accepted: 06 FEV 2018; Available on-line: 11 ABR 2018
SWAP – Planeamento Participativo da Adaptação Costeira às Alterações Climáticas
SWAP - Participatory Planning of Coastal Adaptation
to Climate Change
André Vizinho1, Inês Campos1, 2, Carlos Coelho3, Carla Pereira3, 4,
Peter Roebeling5, Filipe Alves1, 6, João Rocha5, 7, Maria Fátima Alves5, 8, Filipe Duarte Santos1, 9, Gil Penha-lopes1, 10
1 Mestre e Investigador; CE3C – Centre for Ecology Evolution andEnvironmental Change, Faculdade de Ciências da Universidade Lisboa;
Gab 1.4.39 Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal; andrevizinho@fc.ul.pt, Telefone: 217 500 583
2 Doutora e Investigadora; ines.campos@ics.ulisboa.pt,
3 Doutor e Professor Auxiliar; Risco e Departamento de Engenharia Civil - Universidade de Aveiro;
Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro, Portugal; ccoelho@ua.pt; Telefone 234370098 ext24608
4 Doutora e Investigadora; alexandrapereira@ua.pt
5 Doutor e Professor; CESAM – Departamento de Ambiente e Ordenamento - Universidade de Aveiro;
Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro; peter.roebeling@ua.pt: Telefone 234 370 349
6 Mestre e Investigador; fmalves@fc.ul.pt
7 Doutor e Investigador; joaocrocha@ua.pt
8 Doutora e Professora; malves@ua.pt
9 Doutor e Professor Catedrático; fdsantos@fc.ul.pt
10 Doutor e Professor Auxiliar Convidado; gppenha-lopes@fc.ul.pt
RESUMO
No âmbito do projeto de investigação Europeu BASE – Bottom Up Adaptation Strategies towards a sustainable Europe, foi aplicada ao troço costeiro Barra-Areão, nos municípios de Ílhavo e Vagos, uma nova metodologia de planeamento dinâmico e participado da adaptação costeira às alterações climáticas. O método, apelidado de SWAP – Scenario Workshop & Adaptation Pathways, consiste em juntar as partes interessadas, num total de cerca de 30 a 40 pessoas, em dois workshops, nos quais se constrói uma visão consensual para a adaptação às alterações climáticas e se define a estratégia para a implementação dessa visão através dos Caminhos de Adaptação (Adaptation Pathways). Os Caminhos de Adaptação permitem acionar diferentes estratégias ou medidas de adaptação, dependendo da evolução ao longo do tempo da subida do nível do mar, erosão costeira e outros fatores de pressão sobre as zonas costeiras. O método permite operacionalizar a visão de longo prazo com um planeamento dinâmico no tempo e ainda com um plano de curto prazo. Os resultados obtidos foram acordados por todos os participantes e consistem numa visão conjunta de proteção deste troço de costa até ao ano de 2100 e num Caminho de Adaptação que inclui, em diferentes momentos do tempo, a alimentação artificial de areia, reforço das dunas com areia, passadiços e paliçadas, em combinação com uma obra longitudinal aderente e um quebra-mar destacado submerso. Estas medidas de adaptação com variantes e detalhes foram localizadas no mapa de forma participada, tendo-se obtido uma proposta consensual que posteriormente foi sujeita a uma Análise Custo-Benefício, com diferentes variantes técnicas, e que mostrou que esta solução seria positiva. Este trabalho foi desenvolvido por uma parceria de investigação alargada, em conjunto com as entidades competentes ao nível local, regional e nacional, englobando várias partes interessadas e agentes chave ao nível local. A metodologia e os resultados foram avaliados pelos participantes como tendo sido um amplo sucesso, o que sugere a sua aplicação adaptada a uma maior escala e outros troços de costa em Portugal, bem como noutras regiões do mundo.
Palavras-chave: Adaptação Costeira; Alterações Climáticas; Análise Custo-Benefício; Planeamento; Participação.
ABSTRACT
A new methodology of climate change adaptation planning, integrating a strong dynamic and participatory component, was developed and tested in one of the most vulnerable coastal zones in Portugal (coastal stretch Barra-Areão, in the municipalities of Ílhavo and Vagos). The method, designated SWAP - Scenario Workshop & Adaptation Pathways, consists of bringing together key stakeholders (tested with 30 to 40 people), into two workshops, building a consensus vision for climate change adaptation (1st workshop) and defining the strategy for implementing this vision through the Adaptation Pathways (2nd workshop). The Adaptation Pathways allows different strategies or adaptation measures to be triggered, depending on the evolution over time of sea level rise, coastal erosion and other pressure factors on coastal zones. The method creates and articulates a long-term vision with a dynamic and coherent long, medium and short-term plan. The results obtained were agreed by all participants and consist of a collective coastal protection vision, for the studied stretch until the year 2100 and a preferred Adaptation Pathway. This pathway included, at different points in time, sand nourishment, reinforcement of the sandy dunes, walkways and palisades, in combination with a longitudinal adherent work and a submerged breakwater. These adaptation measures, with subtle variances and details, were located on the map in a participatory way, having reached consensus. This adaptation plan was later subjected to a Cost-Benefit Analysis, with different technical variants, which showed which technical variant has a better cost-benefit ratio and that the overall adaptation pathway is positive. This study was done within the framework of the European research project BASE - Bottom Up Adaptation Strategies towards a sustainable Europe, and was developed by a broad research partnership, together with the relevant local, regional and national authorities, involving various stakeholders and key actors at the local level. The methodology and the project results (outputs and outcomes) were evaluated by the participants and scored very high in the satisfaction scale. We suggest that this methodology is tested in other stretches of coast in Portugal, potentially being able to be later adapted to a larger scale and other regions of the world.
Keywords: Coastal Adaptation; Climate Change; Cost-Benefit Analysis; Planning; Participation.
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