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Volume 11, Issue 1 - March 2011

 

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Revista de Gestão Costeira Integrada
Volume 11, Número 1, Março 2011, Páginas 41-48

DOI: 10.5894/rgci187
* Submissão: 18 Fevereiro 2010; Avaliação: 30 junho 2010; Recepção da versão revista: 29 julho 2010; Disponibilização on-line: 10 Agosto 2010

Marine debris on Rio Grande do Sul north coast, Brazil: spatial and temporal patterns *

Lixo marinho no litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil: padrões espaciais e temporais

Luana Portz 1, Rogério P. Manzolli 1, Juliana A. Ivar do Sul @, 2


@ Corresponding author: julianasul@gmail.com
1 - UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica, Instituto de Geociências.
Av. Bento Gonçalves, 9500, Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 91509900.
2 - UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Oceanografia, Av. Arquitetura s/n, Cidade Universitária, Recife, PE, Brazil. CEP 50740550.


ABSTRACT
Marine debris is any solid waste (plastic, polystyrene, rubber, foam, glass, metal, cloth, and other materials) that enters the marine or coastal environments from any source. Sources are frequently defined as land-based and marine-based, and its identification is being recognized as an important step towards the solutions related to marine debris problems. They include damages to the biota, to fishing activities and beach environmental degradation. In Brazil, the occurrence of marine debris is relatively well documented, but quantities, sources and spatial and temporal patterns of marine debris are unknown for the North sector of the Rio Grande do Sul coastline. On Xangri-Lá beaches, marine debris was studied during three months (February, April and August) in ten transects also divided into two horizontal strata (backshore and dunes) which were sampled separately. Plastics (42%) were the main class of material, sampled on all monitored months, transects and strata, followed by cigarette butts (39%). Among plastic debris, fragments (41%) were the majority, showing that beach cleaning services are not an efficient solution to marine debris problem on Xangri-lá beaches. February was the most contaminated month considering the total items sampled on the beach, specific types of plastics and only cigarette butts. No significant differences were detected among backshore and dunes or sampled transects. Land-based sources were where the great majority (68%) of marine debris originated, attributed mostly to beach users. The absence of marine-based sources was related to the nonexistence of big rivers or fishing ports. The necessity of long term educational programs in spite of the short term methods is highlighted.

Keywords: Plastic debris, cigarrete butts, land-based sources, environmental education.

RESUMO
O lixo marinho é definido como qualquer resíduo sólido (plástico, isopor, borracha, espuma, vidro, metal, tecido e outros materiais) que entra nos ambientes marinho e costeiro por qualquer fonte. As fontes são frequentemente definidas como terrestres ou marinhas, sendo a sua identificação uma das etapas mais importantes na determinação de soluções relacionadas ao problema do lixo. Impactos do lixo em ambientes marinhos e costeiros incluem danos à biota, prejuízos às atividades de pesca e a degradação de ambientes costeiros. No Brasil, a ocorrência de lixo marinho é relativamente bem documentada, mas quantidades, fontes e padrões espaciais e temporais do lixo marinho são desconhecidos para o setor norte do litoral do estado do Rio Grande do Sul. Nas praias do município de Xangri-Lá, o lixo marinho foi monitorado durante três meses (fevereiro, abril e agosto), em dez transectos divididos ainda em dois estratos (pós-praia e dunas), que foram amostrados separadamente. Os plásticos (42%) foram a principal classe de material amostrada em todos os meses, transectos e estratos, seguidos pelas pontas de cigarros (39%). Entre os resíduos plásticos, os fragmentos foram significativamente mais presentes que os outros tipos de itens (41%). A presença destes fragmentos e de outros resíduos de pequenas dimensões como as pontas de cigarro indica que os serviços municipais de limpeza da praia não são a melhor solução para o problema do lixo em Xangri-Lá. O mês de fevereiro foi o mais contaminado por lixo considerando-se o total de itens amostrados na praia, os resíduos plásticos ou somente as pontas de cigarro, o que foi associado ao uso intenso da praia neste mês. Não foram detectadas diferenças significativas entre os estratos da praia (pós-praia e dunas) ou entre os transectos amostrados. As fontes terrestres representaram a grande maioria (68%), atribuídas principalmente aos usuários da praia. A ausência de fontes marinhas foi associada à inexistência de grandes rios drenando cidades ou portos de pesca artesanal e/ou industrial nas imediações da área de estudo. Destaca-se a necessidade de programas de educação ambiental de longo prazo voltados aos moradores, usuários das praias e proprietários de quiosques, em oposição a métodos de curto prazo, como a distribuição de sacolas plásticas e folhetos educativos, que normalmente se tornam lixo marinho.

Palavras-chave: Plásticos, pontas de cigarro, fontes baseadas em terra, educação ambiental.

 

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