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Volume 11, Issue 4 - December 2011

 

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Revista de Gestão Costeira Integrada
Volume 11, Número 4, Dezembro 2011, Páginas 433-450

DOI: 10.5894/rgci264
Submissão: 2 Março 2011; Avaliação: 5 Abril 2011; Recepção da versão revista: 6 Julho 2011; Aceitação: 11 Junho 2011; Disponibilização on-line: 9 Agosto 2011

Equipamentos para a Educação Ambiental na zona costeira da Euroregião do Eixo Atlântico – Das práticas conservacionistas às sociocríticas

Environmental Education Centres in coastal areas of the Euro region Eixo Atlântico – From conservational to socio-critical models and practices

Sara Carvalho@, 1, 2, Ulisses M. Azeiteiro1, Pablo A. Meira-Cartea2


@ - Autor correspondente / corresponding author: sara carvalho saradcarvalho@yahoo.com.br
1 - Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Aberta, Rua do Amial, nº 752, 4200-055 Porto, Portugal e CFE - Centre for Functional Ecology, Department of Life Sciences, University of Coimbra, 3001-401 Coimbra, Portugal
2 - Departamento de Teoria da Educación, História da Educación e Pedagoxía Social, Faculdade de Ciências da Educación, Universidade de Santiago de Compostela, Campus Universitário Sur, 15706 Santiago de Compostela, Galicia, España


RESUMO
No presente estudo foram analisadas várias iniciativas de equipamentos para a educação ambiental (EqEA), na óptica da integração de aspectos biofísicos e socioculturais nos programas educativos. A investigação teve como objecto de análise os EqEA situados na zona costeira (ZC) compreendida entre o Norte de Portugal e a Galiza (Espanha) – A Euro região do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular. Tal como em outras ZC, no Eixo Atlântico a influência antropogénica tem tornado estas zonas complexas ainda mais vulneráveis. As práticas dos EqEA em ZC do Eixo Atlântico foram enquadradas segundo os modelos/correntes genéricas de educação ambiental (EA) cartografadas por vários especialistas: desde os modelos conservacionistas e naturalistas (típicos de centros de interpretação), aos de cariz mais humanista e sociocrítico (típicos de centros de desenvolvimento rural) ou com outros matizes como o modelo didáctico (aulas de natureza). Recorreu-se a uma metodologia quantitativa e como técnica de investigação foi escolhido o inquérito, através de um questionário dirigido a gestores e monitores de EqEA.
A análise a elementos-base dos EqEA e a factores como o “nível de impacto social”, a integração de aspectos socioculturais e a ligação com o exterior conduziu à conclusão de que as iniciativas observadas têm um cariz tendencialmente mais conservacionista/ naturalista e de baixo impacto social. Embora com menor expressão foram detectados outros modelos mais interventivos como o bioregionalista, etnográfico e didáctico e sociocrítico, existindo diversas actividades para e com a contribuição activa população local. Esta minoria de EqEA com foco mais interventivo (modelo sociocrítico), abordagem cada vez mais aclamada para uma EA integrada e holística indicia, entre outros aspectos, lacunas no sistema de avaliação dos projectos educativos. De uma forma geral, detecta-se potencialidades de alargamento da visão sobre os modelos de EA reflectidos nos projectos, como ferramenta de contribuição para uma gestão costeira participativa.

Palavras-chave: Equipamentos para a educação ambiental; zona costeira; modelos de educação ambiental.

ABSTRACT
In this study were analysed environmental education centres (EEC), from the point of view of the integration of biophysical and socio-cultural aspects within the EEC programmes. The research examined EEC located in the coastal area (CA) between northern Portugal and Galicia (Spain) - The Euro region Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular. Why focus on EEC of coastal areas? Since these are strategic areas at various levels but also vulnerable, it turns necessary to recognize the role of the different agents in those areas including the entities of environmental education to promote an integrated and participatory management of the coast.
The practices of the EEC of Eixo Atlântico’s coastal area were framed according to the EE models: From the most conservationists and naturalists ones (typical of interpretation centres, museums), or a more humanistic and social-critical approach (centres for rural development; experiential learning), until other focus as the didactic model (classes in nature, field work), having also in account the factor “level of social impact” of the EEA.
To analyse the EE models were characterized the physical and organizational structures of the EEC, as well as elements of the educational programmes and the educational teams. There were also analysed aspects such the level of integration of sociocultural issues into the activities and the net of connections of the EEC with different kind of institutions. Were used quantitative methodologies through a survey questionnaire, to be addressed at EEC managers and educators.
The analysis leads to the main conclusion that, in the CA of the Eixo Atlântico, dominate conservationist / naturalist initiatives (low social impact), comparing with a socio-critical approach and interventions more integrated into the local community (high and medium social impact).
Regarding the main infrastructures found (exhibitions) and educational methods (thematic visits) there is a trend of EEC with low social impact, more passive approach and conservationist EE type. The main typologies of EEC found (interpretation centres, museums), among other aspects, also reveal the prevalence of a conservationist/ naturalist model. Despite having a residual expression, there are also present other EE models such as the bioregionalist, ethnographic and didactic, as well the sociocritical model, existing several activities towards the local citizens and with their active participation in the centre dynamics. There are also large connections with external entities (including cultural ones). This EEC minority with a more interventionist focus (sociocritical model) – an EE approach highly acclaimed nowadays, leads us to conclude that there is a lack of programmes’ evaluation and of EE reflection on EE models under those programmes. Likewise, it seems to exist a gap between the urgent need for reflection on prevailing models and the lack of awareness about this necessity, in the EEC. The range of models identified shows also an enlargement potential of the EE vision and practice, as a contribution to a participatory coast management.

Keywords: Environmental education centres; coastal area; environmental education models.

 

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