Volume 33, Nº 2 - Maio 2012
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Revista Recursos Hídricos
Volume 33, Número 2, novembro 2012
DOI: 10.5894/rh33n2-1
O
texto deste artigo foi submetido para revisão e possível publicação em
outubro de 2012, tendo sido aceite pela Comissão de Editores
Científicos Associados em novembro de 2012. Este artigo é parte
integrante da Revista Recursos Hídricos, Vol. 33, Nº 2, 5-23, novembro
de 2012.
Superfícies de limiares de precipitação para identificação de secas em Portugal continental: uma aplicação complementar do Índice de Precipitação Padronizada, SPI
Surfaces of precipitation thresholds for drought recognition in mainland Portugal: a complementary use of the Standardized Precipitation Index, SPI
Maria Manuela Portela 1, João Filipe Fragoso dos Santos 2,
Mauro Naghettini 3,
José Pedro Matos 4, Artur Tiago Silva 5
1 - IST; mps@civil.ist.utl.pt
2 - IPBeja; joaof.santos@estig.ipbeja.pt
3 - UFMG; mauronag@superig.com.br
4 - IST/EPFL; jose.matos@ist.utl.pt
5 - IST; artur.tiago.silva@ist.utl.pt
RESUMO:De
entre os índices porventura mais amplamente utilizados na análise de
secas destaca-se o índice de precipitação padronizada, SPI
(Standardized Precipitation Index), que, mediante recurso a
procedimentos de análise estatística, faz corresponder a precipitação
num dado intervalo de tempo (mês ou grupos de meses) a valores
numéricos susceptíveis de serem comparados entre regiões com climas
bastante distintos. Não obstante a sua utilização generalizada e as
vantagens que apresenta na comparação de secas em diferentes contextos
climáticos, a interpretação dos valores associados ao SPI e a
monitorização das secas com base nesses valores não constituem tarefas
triviais, fundamentalmente por se estar em presença de precipitações
padronizadas, obtidas mediante manipulação matemática de registos
daquela variável hidrológica e não perante registos propriamente ditos.
Por tal motivo, desenvolveu-se um cálculo adicional que,
respeitando o rigor do formalismo matemático inerente ao SPI, devolve
ao campo das precipitações os valores desse índice correspondentes a
limiares de seca permitindo, de modo muito expedito e praticamente em
tempo real, reconhecer as ocorrências de seca e, assim, planear mais
precocemente as acções subsequentes a tomar.
Após um breve enquadramento é, assim, efectuado o mapeamento de
diferentes superfícies de precipitação que, para o território de
Portugal Continental, fornecem mês a mês o que se designou de
precipitações limiares de seca entendendo-se, por tal, precipitações
abaixo das quais se considera estar perante uma seca com uma dada
magnitude.
Palavras-chave:seca,
índice de precipitação padronizada, SPI, detecção e monitorização de
secas, limiares de precipitação conducentes à identificação de secas.
ABSTRACT: Among
the indices more often applied to characterize droughts, one of the
most commonly, if not the most widely used, is the standardized
precipitation index (SPI) which by means of statistical analysis
procedures, assigns a numerical value to the monthly precipitation or
to the cumulative precipitation in groups of consecutive months.
Despite the widespread use of the SPI, in part due to its great ability
to compare droughts in different climatic contexts, the interpretation
of the values associated to SPI and drought monitoring based on those
values are by no means trivial tasks, particularly due to the fact that
such values are standardized ones which can not be easily related with
the precipitation records from which they derived.
For this very reason, an additional calculation method has been
developed which returns back to the precipitation field the SPI values
for any drought threshold. By assigning the drought thresholds directly
to precipitation the meaning of the SPI results clearer and the
identification and monitoring of the drought occurrences more expedite,
thus allowing subsequent actions much more flexible and on the spot.
After a brief subject framework, this paper mentions some previous
results of the application of the SPI to characterize droughts in
mainland Portugal. Based on the new concept developed for the SPI,
precipitation surfaces that provide precipitation thresholds for
drought recognition on a monthly basis and across different timescales
throughout the mainland Portuguese are presented. Finally the advantage
of such complementary use of the SPI is discussed.
Keywords: drought, standardized precipitation index, SPI, detection and monitoring of droughts, precipitation thresholds for drought identification.
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