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Volume 36, Nº 2 - novembro 2015

 

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Revista Recursos Hídricos

DOI:10.5894/rh36n2-3
O texto deste artigo foi submetido para revisão e possível publicação em maio de 2015, tendo sido aceite pela Comissão de Editores Científicos Associados em outubro de 2015. Este artigo é parte integrante da Revista Recursos Hídricos, Vol. 36, Nº 2, 33-46, novembro de 2015.

Recuperação e conservação da vegetação ripária em rios a jusante de barragens através da implementação de um regime de caudais de manutenção ripária

Riparian vegetation recovery and conservation downstream of dams through the implementation of a riparian maintenance flow regime

Rui P. Rivaes 1, Patricia M. Rodríguez-González 2,
António Albuquerque 3, António N. Pinheiro 4, Gregory Egger 5,
Maria T. Ferreira 6


1 - Engenheiro Florestal (MSc) /// Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior de Agronomia, ULisboa /// Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa /// e-mail: ruirivaes@isa.ulisboa.pt /// Tel. 213 653 489, Fax. 213 653 338
2 - Engenheira Florestal (PhD) /// Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior de Agronomia, ULisboa /// Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa /// e-mail: patri@isa.ulisboa.pt /// Tel. 213 653 492, Fax. 213 653 338
3 - Engenheiro Florestal (MSc) /// Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior de Agronomia, ULisboa /// Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa /// e-mail: aalbuquerque@isa.ulisboa.pt /// Tel. 213 653 492, Fax. 213 653 338
4 - Engenheiro Civil (Professor Catedrático) /// Centro de Estudos de Hidrossistemas (CEHIDRO), Instituto Superior Técnico, ULisboa /// Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa /// e-mail: antonio.pinheiro@tecnico.ulisboa.pt /// Tel. 218 418 150 /// Associado da APRH nº 484
5 - Botânico (PhD) /// Environmental Consulting Klagenfurt, Bahnhofstrasse 39, 9020 Klagenfurt, Austria /// e-mail: gregory.egger@umweltbuero.at /// Tel: +43 463 516 614-28
6 - Bióloga (Professor Catedrático) /// Centro de Estudos Florestais (CEF), Instituto Superior de Agronomia, ULisboa /// Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa /// e-mail: terferreira@isa.ulisboa.pt /// Tel. 213 653 487, Fax. 213 653 338 /// Associado da APRH nº 534


RESUMO
Em Portugal, a definição de caudais ecológicos é realizada maioritariamente com base nos requisitos de espécies aquáticas e desconsidera os restantes componentes bióticos do ecossistema fluvial. Tal abordagem exclui dos regimes de caudais ecológicos praticados a variabilidade interanual que governa os ciclos de vida longos, amputando ao método a perspetiva a longo prazo do ecossistema fluvial. Neste estudo averigua-se a possibilidade de gerir a vegetação ripária sob o efeito de regularização, através da libertação controlada de caudais pelas barragens. Os resultados mostram que a definição de caudais ecológicos focados na vegetação ripária não pode ser feita com base em normas de carácter geral. Os regimes de caudais de barragem propostos parecem ser capazes de manter o mosaico ripário, evitando o envelhecimento e a ocupação do habitat aquático por parte da vegetação ripária, sem causar impactos geomorfológicos severos. Estes regimes verificaram ser ainda uma perda pouco significativa na capacidade útil das albufeiras dos aproveitamentos analisados. Todavia, a sua implementação encontra-se fortemente prejudicada pelas estruturas de derivação presentes nos aproveitamentos estudados.

Palavras-chave: Caudais de lavagem, caudais ecológicos, gestão de barragens, gestão de ecossistemas fluviais, restauro fluvial, vegetação ripária

ABSTRACT
In Portugal, the definition of environmental flows is generally based on aquatic species requirements and disregards other biotic components of the fluvial ecosystem. Such approach excludes the interanual variability that rules longer lifecycles from the practiced environmental flows, therefore removing its long-term perspective of the fluvial system. In this study, one ascertains the possibility of managing riparian vegetation in regulated rivers by means of the controlled release of dam outflows. Results show that the definition of environmental flows focused on riparian vegetation cannot be performed merely on rules of thumb. The proposed dam outflow regimes appear to be capable of maintaining the riparian patch mosaic avoiding the aging and encroachment of riparian vegetation without severe geomorphologic impacts. These regimes revealed to be a minor loss to the considered reservoir’s effective storage. Notwithstanding, the implementation of such flows is highly impaired by the dam outlet structures existing in the considered dams.

Keywords: Flushing flows, environmental flows, reservoir management, riverine ecosystem management, river restoration, riparian vegetation.

 

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