7º Seminário Cheias e Inundações na Região Norte
Organizado pelo Núcleo Regional do Norte
23 de março de 2017 | Parque Biológico de Vila Nova de Gaia
Programa resumido (programa completo PDF)
Horário | Sessões |
8h30-9h00 | Receção aos participantes |
9h00-9h30 | Sessão de abertura |
9h30-10h45 | Planeamento e Gestão do Risco – R.Hidrográfica (I) |
APA-ARH Norte; IPMA; ANPC – CODIS Porto | |
10h45-11h15 | Intervalo para café |
11h15-12h45 | Planeamento e Gestão do Risco – R.Hidrográfica (II) |
CHDuero; CHMiño-Sil; EDP | |
12h45-14h00 | Almoço |
14h00-15h00 | Comunicações livres (I) |
15h00-16h30 | Sessão debate – Planeamento e Gestão do Risco – Nível municipal e local |
Esposende Ambiente; Águas de Gaia; Águas do Porto | |
16h30-16h50 | Intervalo para café |
16h50-17h15 | Planeamento e Gestão do Risco – Efeito dos Incêndios Florestais |
17h15-18h30 | Comunicações livres (II) |
18h30 | Encerramento |
O Núcleo Regional do Norte da APRH selecionou como tema para o seu 7º Seminário as “Cheias e Inundações na Região Norte”, fruto da relevância do assunto para a região e das recentes evoluções verificadas na sua gestão, nomeadamente com a introdução dos Planos de Gestão de Riscos de Inundações.
Neste 7º Seminário pretende-se, então, apresentar e discutir o tema nas suas diversas vertentes, considerando um modelo similar ao de edições anteriores, contando com a participação de alguns oradores convidados, e também com a contribuição de autores que pretendam participar ativamente, submetendo resumos técnicos e científicos, para apresentação oral, relativos à temática das Cheias e Inundações.
Decorrente da necessidade de executar as obrigações comunitárias da Diretiva 2007/60/CE, relativa à avaliação e gestão dos riscos de inundações, o Estado Português, implementou um calendário específico de ações, salientando-se: (i) a avaliação preliminar dos riscos de inundações e identificação das zonas com riscos potenciais significativos, (ii) a elaboração de cartas de zonas inundáveis e de riscos de inundações, e, (iii) por fim, a elaboração dos Planos de Gestão de Riscos de Inundações.
Desse processo resultou a identificação de 22 zonas críticas em Portugal Continental onde a ocorrência de inundações tem resultado em elevadas consequências adversas, sendo, por isso, estabelecidas como zonas que carecem da adoção de medidas mitigadoras.
A temática em apreço, bem como as áreas de conhecimento e ação que a envolvem, encontra-se, pois, na ordem do dia e considera todo um conjunto de políticas públicas e de instrumentos que se deverão consubstanciar em medidas concretas. Nesse contexto destacam-se: intervenções estruturais de desobstrução, regularização fluvial e controlo de cheias, diminuição da impermeabilização dos solos, modelos de previsão, modernização do Sistema de Vigilância e Alerta de Recursos Hídricos (SVARH), entre outras.
Por outro lado, importa considerar a relevância da prevenção destes fenómenos climáticos extremos, objetivo que se enquadrada nas orientações e prioridades de atuação na Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020). De referir que o relatório de progresso que resulta da implementação da ENAAC 2010-2013 salienta a necessidade de maior envolvimento e capacitação dos agentes locais, aspeto a que se dará especial destaque no presente seminário.
Principais temas
Os principais sub-temas do Seminário, a considerar também para as comunicações livres, serão:
- Dados e monitorização;
- Previsões;
- Efeitos das alterações climáticas;
- Ocupação do solo;
- Drenagem urbana;
- Planeamento e gestão do risco.
São elegíveis comunicações orais sobre as temáticas do Seminário, sendo necessário submeter um resumo alargado para apreciação. Os resumos a submeter deverão ser compostos por um máximo de 4 páginas e mínimo de 1 página, de acordo com o modelo disponibilizado, e deverão refletir os principais métodos e conclusões dos trabalhos realizados e a apresentar.
Data limite para submissão de resumos alargados das comunicações: 31-01-2017
Comunicação aos autores da aceitação dos resumos para a apresentação e distribuição no Seminário: 20-02-2017
Após o Seminário, os autores dos trabalhos de maior qualidade técnico-científica serão convidados a preparar um artigo tendo base o resumo alargado, para ser considerado para publicação na Revista Recursos Hídricos da APRH. A seleção dos trabalhos será realizada pela direção do núcleo regional do norte da APRH.
Custos
Associados da APRH: 25 €
Não associados: 50 €
Estudantes: 10 €
Introdução
Decorreu no dia 23 de março de 2017, no Auditório do Parque Biológico de Gaia, em Vila Nova de Gaia, o 7º Seminário da APRH-NRN sobre “Cheias e inundações na região norte” – iniciativa organizada pela APRH – Núcleo Regional do Norte.
Decorrente da necessidade de executar as obrigações comunitárias da Diretiva 2007/60/CE, relativa à avaliação e gestão dos riscos de inundações, o Estado Português, implementou um calendário específico de ações, salientando-se: (i) a avaliação preliminar dos riscos de inundações e identificação das zonas com riscos potenciais significativos, (ii) a elaboração de cartas de zonas inundáveis e de riscos de inundações, e, (iii) por fim, a elaboração dos Planos de Gestão de Riscos de Inundações.
Estando o tema na ordem do dia, o evento, decorrido no passado mês de março, teve como principal foco a apresentação e discussão desta temática nas suas diversas vertentes, desde a origem do problema (fenómenos de precipitação intensa) à ação e gestão do risco a nível local.
Neste seminário, que reuniu cerca de 110 participantes, foram apresentadas 19 comunicações orais, correspondendo a 10 apresentações de oradores convidados e 9 comunicações livres que submeteram resumos técnicos e científicos, para apresentação oral, focados nos sub-temas: (i) Dados e monitorização, (ii) Previsões, (iii) Efeitos das alterações climáticas, (iv) Ocupação do Solo, (v) Drenagem Urbana e (vi) Planeamento e Gestão do Risco.
SESSÃO 1 – Moderador: Prof. Eduardo Vivas
Planeamento e Gestão do Risco – Região Hidrográfica (parte I)
A primeira sessão foi moderada pelo Prof. Eduardo Vivas, Presidente da Comissão Diretiva do Núcleo Regional Norte da APRH e contou a com participação de 3 oradores convidados, servindo, igualmente, o propósito de enquadramento do tema “Cheias e Inundações na Região Norte”.
A primeira intervenção foi levada a cabo pelo Eng. Pimenta Machado, Administrador Regional da APA – ARH-Norte, e intitulou-se “Planos de Gestão de Risco e Inundação (PGRI) da Região Norte”.
A segunda intervenção, do Dr. Álvaro Pimpão Silva, do IPMA, foi relativa a “Fenómenos Extremos e Precipitação Intensa.
Por fim, a Eng.ª Olga Sampaio, do Centro Distrital Operacional de Socorro (CDOS) do Porto, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, apresentou a perspetiva de “Planeamento de Emergência”.
SESSÃO 2 – Moderador: Prof. Rodrigo Maia
Planeamento e Gestão do Risco – Região Hidrográfica (parte II)
O enquadramento da Sessão 2 foi feito pelo Moderador, Prof. Rodrigo Maia, que referiu a importância e relevância da mesma no contexto da gestão do risco dos recursos hídricos partilhados entre Portugal e Espanha. Esta sessão foi preenchida por três intervenções:
A primeira intervenção, pelo Eng.º Ramón Goya Azañedo (Confederacíon Hidrográfica del Duero), teve como tema “El sistema nacional de cartografia de zonas inundables”.
A segunda intervenção, do Eng.º Carlos Guillermo Ruiz del Portal, da Confederación Hidrográfica del Miño-Sil, incidiu sobre o tema “Proyesto RISC – Prevención de Riesgos de Inundaciones y Sequias em la Cuenca internacional del Miño-Sil”.
Finalmente, a terceira intervenção, teve como orador o Eng.º Nélson Silva da EDP que focou a “Gestão e controlo de cheias”.
SESSÃO 3 – Moderador: Eng.ª Alexandra Roeger
Comunicações livres (parte I)
Sob moderação da Eng.ª Alexandra Roeger, a sessão 3 foi a primeira das duas sessões alocadas à apresentação de comunicações livres de autores que submeteram resumos técnicos e científicos sob o tema.
A primeira comunicação, sob o título “Metodologia de inundação de margens estuarinas: validação e aplicação ao estuário do Mondego” foi apresentada pelo Doutor André Fortunato, do LNEC.
Apresentada pelo Prof. José Luís Pinho, da Universidade do Minho, a segunda comunicação, intitulou-se “Simulação numérica dos níveis de cheia no estuário do rio Douro”.
A terceira comunicação, apresentada pela Doutora Elsa Alves, também do LNEC, foi subordinada ao tema “Inundações das margens do trecho regularizado do rio Mondego”.
A quarta, e última comunicação da Sessão 3, teve como orador o Sr. Prof. Taveira Pinto, da FEUP, e visou o tema “Análise de risco de inundações em zonas ribeirinhas. O caso da cidade do Peso da Régua”.
SESSÃO 4 – Moderador: Prof. Eduardo Vivas
Planeamento e Gestão do Risco – Nível municipal e local (Sessão Debate)
Nesta sessão-debate a moderação esteve, novamente, a cargo do Prof. Eduardo Vivas e teve por base três comunicações que focaram as diferentes experiências de três Entidades distintas responsáveis pela gestão e exploração dos sistemas de drenagem de água pluvial, bem como das principais ribeiras existentes a nível urbano e que promoveram a discussão em torno da gestão mais local, ao nível dos sistemas urbanos.
A primeira apresentação foi da entidade Esposende Ambiente, realizada pela Eng.ª Marta Fernandes, com a contribuição do Eng.º Pedro Teiga da empresa Engenho e Rio, relativa à apresentação do projeto de Construção de um sistema intercetor e de desvio dos caudais mais elevados da área urbana de Esposende.
Em seguida, foi efetuada a apresentação da entidade Águas de Gaia, pelo Eng.º Fernando Ferreira, salientando as principais intervenções preventivas e mitigadoras, corretivas e estruturais levadas a cabo no concelho.
Por fim, a apresentação da Águas do Porto, levada a cabo pelo Eng.º Rui Marques e pela Eng.ª Cláudia Costa, salientando a aposta na remodelação e instalação de coletores de águas pluviais, na atualização da informação cadastral, na limpeza preventiva da rede (órgãos de recolha e coletores) e de linhas de água, bem como na modelação matemática da rede de águas pluviais, a breve prazo.
SESSÃO 5 – Moderador: Prof. Rui Cortes
Planeamento e Gestão do Risco – Efeito dos Incêndios Florestais
A sessão 5 contou com apenas uma apresentação, relativa ao efeito dos incêndios florestais na região Norte, na qual os oradores começaram por apresentar as consequências hidrológicas resultantes da incidência de fogos recorrentes nos ecossistemas florestais mediterrânicos.
SESSÃO 6 – Moderador: Prof. Paulo Jorge Rosa Santos
Comunicações livres (parte II)
A sessão n.º 6, a última do seminário e a segunda dedicada a comunicações livres, incluiu 4 comunicações sobre previsão e gestão do risco de cheias e inundação, e uma quinta comunicação sobre a importância das fontes históricas nesse tipo de estudos. As comunicações apresentadas resultaram da atividade de grupos de investigação/trabalho das seguintes instituições: EDP Gestão da Produção de Energia, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Universidade do Minho, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (Brasil), Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.