Contributo para a gestão da parcela dos recursos hídricos da margem esquerda da bacia do Tejo, utilizada e a utilizar no abastecimento das populações e indústria
Romeu Rodrigues, Teresa Melo, Pedro Celestino da Costa
Técnicos da firma DRENA – Estudos e Projectos de Saneamento, Lda.
Resumo | Abstract
A bacia do Tejo abrange no território nacional, na sua margem esquerda, 11.4×103Km2 e entre outras as populações de 15 concelhos do Alto Alentejo, que pelos últimos recenseamentos totalizaram mais de 150 000 pessoas em metade da área dessa parte da bacia.
O estudo da parcela dos recursos hídricos da bacia que há-de ficar afecto à cobertura das necessidades dos consumos doméstico e industrial daquelas populações, quantificada a partir de elementos estatísticos recentes, pode fornecer indicações para a estratégia do melhoramento e ampliação dos abastecimentos existentes, e para completagem da cobertura dos núcleos do território ainda não servidos.
O conhecimento dos déficits actuais e da sua distribuição territorial, conjugado com o desenvolvimento perspectivado, faseadamente no tempo, pode por sua vez ajudar ao planeamento técnico-económico das obras necessárias e fornecer pistas para definição do tipo de gestão dos poucos recursos aquíferos da região em causa.
Numa primeira parte desta comunicação, faz-se a caracterização da utilização actual dos recursos da bacia já afectos às populações aí residentes e à indústria, e da sua relação com os tipos das aglomerações existentes, com a distribuição territorial dominantes. Referem-se os aspectos climatológicos, a morfologia e geologia mais marcantes e responsáveis pela conformação do balanço hídrico local.
Depois analisam-se os aspectos carenciais, para a partir daí sensibilizar os interessados na escolha dos recursos, subterrâneos ou superficiais, que convém reservar para introduzir na exploração à medida das necessidades. Tentar-se-á mostrar a seguir o peso económico do tipo de dispersão humana do território no transporte da água aos centros consumidores e as vantagens e inconvenientes de soluções integradas.
Finalmente analisa-se a gestão sob o ângulo das economias de escala e aspectos relacionados como o retorno da água à natureza relacionados com a conservação da qualidade dos mananciais em exploração.