Título:
De uma extensiva, embora fragmentada, busca por um aumento de eficiência, ao desenvolvimento de um modelo integrado de gestão de activos – O caso da EPAL
Resumo:
Nos últimos anos, a EPAL tem vindo a seguir uma estratégia de implementação de uma série de iniciativas com vista a aumentar a eficiência ambiental e económica da empresa, iniciativas estas com forte impacto na operação do sistema, na manutenção dos equipamentos, na reabilitação de condutas e no controlo de perdas, entre outros aspectos. Refira-se, por exemplo, o extenso programa de renovação da rede iniciado em 2002, ao abrigo do qual foram substituídos mais de 315 km de condutas em Lisboa, representando um investimento na ordem dos 57 M euros. Sendo as áreas a reabilitar inicialmente seleccionadas com base na experiência e no conhecimento por parte de alguns técnicos da EPAL, a partir de 2006 esta selecção passou a ser efectuada através da aplicação de uma matriz multicritério, com recurso ao Sistema de Informação Geográfica da EPAL. Procurando-se que cada vez mais o foco das intervenções na rede passasse de reactivo para preventivo, foi criado em 2006 o Grupo de Monitorização e Controlo, cuja primeira acção, ainda a decorrer, consistiu no seccionamento da rede de distribuição em Zonas de Monitorização e Controlo (ZMC) e da rede de transporte em Zonas de Monitorização e Transporte (ZMT). Foi também desenvolvida uma aplicação informática denominada IMC para registo e análise dos dados referentes às diferentes ZMC/ZMTs. O sistema de abastecimento em alta tem igualmente sido alvo de concretização de inúmeras iniciativas, nomeadamente o aumento da capacidade de produção da ETA da Asseiceira, conjuntamente com a introdução de novos processos no tratamento, bem como a instalação de uma Estação de Tratamento piloto na ETA de Vale da Pedra, com o objectivo de testar processos alternativos de tratamento. Em 2006, deu-se também início a um intensivo e estruturado programa de inspecções, a fim de melhorar o conhecimento sobre o estado de conservação das infra-estruturas. Todas estas iniciativas foram desenvolvidas em paralelo, pelo que, apesar dos esforços de coordenação e interacção entre as diferentes áreas envolvidas, surgiu a necessidade de se adoptar uma abordagem mais holística. Com efeito, tal como sucede com a maioria das empresas de capital intensivo, a sustentabilidade da EPAL, com activos avaliados em cerca de 700 M euros, depende consideravelmente da forma como os seus activos são geridos. Assim, o Modelo Integrado de Gestão de Activos recentemente desenvolvido, e ainda em fase de implementação, vem dar resposta ao enquadramento metodológico que se pretende afirmar na empresa, integrando processos, dados, informação e sistemas de informação, de modo a que possam ser desenvolvidos e aplicados modelos de apoio à decisão que permitam optimizar o retorno dos activos (sendo a referida matriz multicritério já um exemplo desses modelos).
Autores:
António Bento Franco, Ana Margarida Luís, Andrew Donnelly