Erosão hídrica na bacia hidrográfica do Guadiana
Manuel Pedro Romano
Resumo | Abstract
Neste trabalho faz-se primeira avaliação da ordem de grandeza da erosão na bacia hidrográfica do Guadiana por meio de fórmulas empíricas como recurso para poder iniciar o domínio daquele fenómeno natural nas zonas em que os seus efeitos atingem gravidade, antes que a resolução do problema se torne muito onerosa. Fez-se a referida avaliação relativamente aos perfis onde também se está a fazer o estudo hidrométrico das linhas de água para que, ulteriormente, se possam relacionar os valores da erosão calculada com os caudais sólidos medidos. Para a avaliação em causa fez-se o estudo da precipitação (agressividade atendendo à regularidade da distribuição ao longo do ano e, indirectamente, da cobertura vegetal) e dos declives, os factores que mais influenciam a grandeza da erosão. Relativamente às bacias hidrográficas do rio Caia, ribeiras de Oeiras, Carreiras, Odeleite e Beliche, onde o problema da erosão se afigura mais grave, pormenoriza-se o estudo quanto aos locais onde os cálculos conduzem a valores mais elevados tendo-se chegado à conclusão de que deve ser dada atenção prioritária aos trabalhos de domínio nas zonas que circundam os udómetros montados em:
- S. Braz de Alportel, Catraia e Barranco do Velho, cujos dados sobre precipitação interessam ao estudo da B.H. da ribeira de Odeleite;
- Catraia e Barranco do Velho, cujos dados interessam ao estudo da B.H. das ribeiras de Odeleite e Foupana;
- S.J. Caldeireiros e Guedelhas, cujos dados interessam às ribeiras de Carreiras e Oeiras;
- Espírito Santo, Álamo, S. Pedro Sólis e S.G. Padrões, idem às ribeiras de Carreiras;
- Faz Fato, idem à ribeira de Beliche;
- Corte do Velho, Stª dos Padrões, Sobreira, S. Barnabé, Peniche e Dogueno, idem à ribeira de Oeiras;
- Ribeira de Nisa, Urra, S. Julião e Alegrete, idem ao rio Caia.
Indicam-se também as bacias hidrográficas onde é de prever que a erosão tenha pouca intensidade e onde, portanto, os represamentos não estão ou estarão sujeitos a assoreamentos consideráveis: ribeiras de Azambuja e Algalé, rios Degebe e Terges, barranco de Louredo e rios Ardila e Cobres. Dão-se sugestões sobre diligências a efectuar com o fim de dar início aos trabalhos do domínio da erosão e sobre o aperfeiçoamento dos estudos a efectuar começando pela instalação de um udógrafo e um udómetro em Reguengo e de uma estação hidrométrica na ribeira do Vale do Vasco a montante da barragem da Vigia.