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Praia (I. beach)

Acumulação de sedimentos não consolidados periférica a um corpo hídrico, formada pela acção conjunta das ondas, das correntes e das marés (ou, nas praias fluviais, por acção das correntes fluviais).

As praias mais frequentes são as arenosas, mas há praias de cascalho, de calhaus e, mesmo, de materiais finos (silte e argila). Os materiais detríticos podem ser terrígenos (verificando-se, normalmente, franca dominância de quartzo), biogénicos (fragmentos de conchas, etc.) ou autigénicos (oólitos, etc.).

Com frequência considera-se, de forma errónea, que o limite inferior da praia é marcado pela linha da baixa-mar média ou pela linha da mais baixa baixa-mar equinocial. Na realidade, a paria é constituída por duas partes interdependentes: a praia subaérea, emersa; e a praia submarina ou submersa, que está debaixo de água. O limite inferior da praia é marcado pela profundidade de fecho, isto é, pela zona a partir da qual não se verificam modificações fisiográficas numa escala plurianual. O limite superior é marcado pela linha a partir da qual existe vegetação permanente ou onde se verificam mudanças fisiográficas expressivas (dunas, arribas, etc.).

Na praia subaérea distinguem-se a alta praia (em que, na generalidade, a areia está seca, e que normalmente foi constituída na sequência da actuação de temporais), a praia média, e a baixa praia (que é inundada durante a maré cheia e pelo espraio da onda.

Zonas em que normalmente se divide a praia. Refira-se que a nomenclatura da praia apresenta grande variabilidade, quer na literatura científica em português, como em inglês.

A praia submarina é uma zona inclinada onde, normalmente, existem barras submarinas, estruturas muito eficazes na dissipação da energia das ondas incidentes, particularmente das ondas de temporal.

A onda incidente, ao aproximar-se da praia, entra em águas pouco profundas, propagando-se a profundidades cada vez menores. Como, nessas condições, a velocidade da onda é função da profundidade, a sua velocidade vai diminuindo à medida que a profundidade diminui. Como o fluxo energético tem que se manter constante, a altura da onda (proporcional à sua energia) vai progressivamente aumentando.

Portanto, a onda interfere activamente com o fundo e como vai aumentando de altura, esta zona designa-se por zona de empolamento da onda.

Na parte final do processo aludido, a declividade da onda atinge um valor limite e verifica-se a rebentação da onda. Devido à energia em jogo, a água trazida pela onda espraia pela face da praia, atingindo níveis superiores ao da superfície de equilíbrio nessa altura, designando-se a diferença entre esses níveis por “run-up”. Como se gera, assim, uma situação de instabilidade, para re-estabelecer o equilíbrio a água desce novamente para o nível de equilíbrio, processo a que se dá o nome de refluxo.

A terminologia aplicada à morfologia da praia é muito variada e nem sempre tem definições bem estabelecidas. Com frequência, existem diferenças significativas na aplicação desses termos. Entre os termos mais utilizados ressaltam os seguinte: pós-praia ou ante-praia, face da praia ou face praial, zona de espalho, ... [JAD]       

/ Rebentação, / Barra Submarina, / Espraio