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Seicha (I. seiche)
Onda estacionária que se desenvolve por vezes em corpos hídricos confinados ou semi-confinados (bacias portuárias, estuários, lagos, baías, mares, albufeiras, etc.). As seichas são provocadas por fenómenos de ressonância após o corpo hídrico ter sido perturbado por factores que podem ser de carácter meteorológico (variações da pressão atmosférica ou do vento), sísmico (sismo ou tsunami) ou oceanográfico (ondas). As ondas causadas pela perturbação viajam ao longo do corpo hídrico até à margem oposta, onde são reflectidas, indo interferir com as incidentes. As interferências entre as múltiplas reflexões acabam por gerar um padrão de onda estacionária com um ou mais nodos, onde não há movimentação vertical, e dois ou mais antinodos, onde a movimentação vertical é máxima (cristas e cavas da seicha). Nas extremidades desse corpo hídrico ficam instalados pontos antinodais, ou seja, a oscilação vertical do nível da água é máximo, o que pode ser perigoso para várias actividades humanas. É o caso das bacias portuárias onde esta oscilação máxima ocorre precisaamente onde os navios estão atracados.
Num corpo hídrico confinado (lagos, albufeiras de barragens, etc.), em que a razão entre a profundidade (d) e o comprimento (l) é inferior a 0,1 (águas pouco profundas), o período de oscilação, também designado por período de ressonância (T) é dado pela equação
Num corpo hídrico semi-confinado (estuário, bacia portuária, etc.), isto é, abertas ao mar numa das extremidades, o período de ressonância (T) é dado pela equação
Nestes casos as seichas desenvolvem-se, por exemplo, quando o período de ressonância da bacia é igual ao período da onda incidente (ou corresponde a um pequeno número de múltiplos inteiros deste), e verifica-se, então, a instalação de um nodo na zona de contacto com o mar e o desenvolvimento de um ponto antinodal na margem oposta da bacia. [JAD]